Poesia Intimista
A poesia intimista (ou introspectiva) é uma classificação dada aos poemas que possuem um caráter mais íntimo. Ou seja, que expõe as emoções e sentimentos do autor, do eu lírico ou das personagens envolvidas.
Trata-se de uma tendência explorada sobretudo pelos escritores modernistas, ainda que seja notório sua existência em outras escolas literárias, por exemplo, no simbolismo.
Principais características da poesia intimista
- Exploração da alma humana;
- Introspecção, emoção e reflexão;
- Sensibilidade e musicalidade;
- Conflitos pessoais do indivíduo;
- Valorização do psicológico;
- Questões espirituais e metafísicas;
- Universo onírico (sonho);
- Exploração do consciente e inconsciente.
Literatura Intimista no Brasil
No Brasil, muitos escritores modernos adotaram a literatura intimista seja na prosa ou na poesia. Sem dúvida, na literatura intimista produzida no Brasil, merecem destaque as escritoras modernistas Clarice Lispector e Cecília Meireles.
Ambas produziram obras em prosa e poesia e, além delas, outros escritores brasileiros se dedicaram a essa tendência, a saber: Lya Luft, Lygia Fagundes Telles, Fernando Sabino, dentre outros.
Poesia Intimista de Cecília Meireles
Cecilia Meireles é uma das mais importantes representantes da poesia intimista no Brasil. Em sua obra, composta de poesias, contos, crônicas e literatura infantil, podemos observar características do simbolismo e do modernismo.
Desse modo, Cecília revela maior preocupação em compreender a alma humana, mesclando o sonho, a realidade e a fantasia.
Assim, produziu diversas obras poéticas numa linguagem simples, lírica, mística, filosófica e notadamente com forte visão e sensibilidade feminina. Sua poesia é, por vezes, questionadora e melancólica, ao revelar aspectos do interior do ser humano.
Exemplo de Poesia Intimista
Romantismo, de Cecília Meireles
Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!
Quem tivesse um amor – longe, certo e impossível –
para se ver chorando, e gostar de chorar.
e adormecer de lágrimas e luar!
Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...
Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! Quem tivesse... (Mas, quem teve? quem teria?)
Para complementar sua pesquisa veja também:
DIANA, Daniela. Poesia Intimista. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-intimista/. Acesso em: