Poesia Simbolista
A poesia simbolista é aquela produzida no final do século XIX durante o movimento simbolista. Ele teve início na França com a publicação da obra “As Flores do Mal” (1857) do escritor francês Charles Baudelaire (1821-1867).
A poesia simbolista está repleta de misticismo e musicalidade, característica explorada, sobretudo, pelo uso das figuras de som (aliteração, assonância, onomatopeia e paronomásia) e ainda, pela escolha de temas como o amor, o tédio, a morte e a espiritualidade humana.
Principais características da poesia simbolista
- Negação dos valores do realismo e naturalismo
- Oposição ao Racionalismo e Materialismo
- Subjetivismo, individualismo e musicalidade
- Uso de figuras de linguagem
- Misticismo, fantasia e espiritualismo
- Temáticas sombrias, misteriosas, religiosas e sensuais
- Linguagem imprecisa e vaga
- Exploração da criatividade e imaginação
- Aspectos do consciente e subconsciente
Poesia Simbolista Brasileira
Na poesia simbolista brasileira merecem destaque os escritores Cruz e Sousa (1861-1898), Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) e Augusto dos Anjos (1884-1914).
Exemplos de Poesia Simbolista
Para compreender melhor a poesia simbolista segue abaixo dois exemplos:
Elevação
Por sobre os pantanais, os vales orvalhados,
As montanhas, os bosques, as nuvens, os mares,
Para além do ígneo sol e do éter que há nos ares,
Para além dos confins dos tetos estrelados,
Flutuas, meu espírito, ágil peregrino,
E, como um nadador que nas águas afunda,
Sulcas alegremente a imensidão profunda
Com um lascivo e fluido gozo masculino.
Vai mais, vai mais além do lodo repelente,
Vai te purificar onde o ar se faz mais fino,
E bebe, qual licor translúcido e divino,
O puro fogo que enche o espaço transparente.
Depois do tédio e dos desgostos e das penas
Que gravam com seu peso a vida dolorosa,
Feliz daquele a quem uma asa vigorosa
Pode lançar às várzeas claras e serenas;
Aquele que, ao pensar, qual pássaro veloz,
De manhã rumo aos céus liberto se distende,
Que paira sobre a vida e sem esforço entende
A linguagem da flor e das coisas sem voz!
(“As Flores do Mal” de Charles Baudelaire)
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava longe do céu...
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar. . .
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma, subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
(Alphonsus de Guimaraens)
Veja também:
- Simbolismo
- Simbolismo no Brasil
- Simbolismo em Portugal
- Autores do Simbolismo Brasileiro
- Características do Simbolismo
- A Linguagem do Simbolismo
- Parnasianismo e Simbolismo
- Questões sobre o Simbolismo
DIANA, Daniela. Poesia Simbolista. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-simbolista/. Acesso em: