Prosa Realista
A Prosa Realista no Brasil tem como marco inicial o ano de 1881, com as publicações de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e de O Mulato, de Aluísio Azevedo. Este último também enquadrado no Naturalismo.
Características da prosa realista
- Objetivismo
- Impessoalismo
- Captação do tempo real
- A mulher não é mais idealizada
- O retrato da mulher é cru, com seus defeitos e qualidades
- Não existe amor romântico
- Os relacionamentos amorosos são mascarados por interesses
- O casamento é questionado
Características da linguagem
- Descrições objetivas das personagens e a realidade
- Narrativa longa, lenta
- Exploração psicológica da narrativa
- Detalhamento dos problemas ambientados
Origem da prosa realista
O movimento do Realismo surgiu a partir de uma reação ao subjetivismo, ao individualismo e ao "eu" romântico. Em oposição à estética romântica surge o objetivismo e o impessoalismo.
No realismo, a razão, a pesquisa e a ciência ocupam o lugar antes reservado ao sentimentalismo.
É por seguir essa estética que os realistas procuram retratar o homem e a sociedade a partir da observação do ambiente.
E no ambiente são considerados os costumes, as atitudes, os comportamentos enquanto ocorre a busca pelas causas dos fatos e fenômenos retratados nas obras.
Contexto histórico do realismo
As transformações ocorridas no século XIX, na Europa, influenciam diretamente o surgimento do Realismo nas artes, com impulsão à prosa.
E a arte reflete diretamente a mudança de paradigma da economia, no caso, o capitalismo que está em franca expansão industrial.
De um lado surgem os grandes negócios sustentados pela massa operária cada vez mais volumosa e imponente.
É a fase das tensões sociais, das reivindicações trabalhistas, das mudanças de posturas frente à formação do capital. Surge, assim, a necessidade de retratar o novo contexto social e ideológico.
Prosa realista no Brasil
No Brasil, as artes, em especial a literatura, passam a refletir as influências do Positivismo de Augusto Comte, o Evolucionismo de Charles Darwin e o pensamento revolucionário do socialismo, embasado pelas ideias de Marx e Engels.
Os primeiros estudos da psicologia também servem como base para os relatos da Prosa Realista.
Em paralelo, o Brasil vive o questionamento da monarquia e o ideal abolicionista é confrontado pelo pensamento libertário abraçado pelos republicanos.
Ocorre, assim, a quebra da unidade política do Império, assentado na urbanização a partir de 1870.
Prosa realista Machadiana
O escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908) é considerado o precursor do Realismo no Brasil.
Embora tenha passeado por praticamente todos os estilos literários em que foi contemporâneo, Machado de Assis é notadamente considerado o maior escritor realista do País.
O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas é apontado como o marco da Prosa Realista brasileira.
A obra foi publicada inicialmente no formato folhetim, na Revista Brasileira de 15 de março até 1 de dezembro de 1880.
Leia também:
Para praticar: Questões comentadas sobre realismo e naturalismo (com gabarito)
DIANA, Daniela. Prosa Realista. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/prosa-realista/. Acesso em: