Realismo em Portugal
O Realismo em Portugal desenvolve-se nos últimos anos da década de 60 do século XIX e tem como marco a Questão Coimbrã.
O movimento reflete o pensamento da elite intelectual do país insatisfeita com o clero e a monarquia. É um período de agitação política, social e cultural que toma conta de grandes centros educacionais, como em Coimbra.
A Escola Realista de Portugal estende-se até 1890, quando Eugênio de Castro publica a obra "Oaristos", um livro de poesias que seguia o modelo simbolista importado da França.
Questão Coimbrã
É o clima ideal para o desenvolvimento do movimento que ficou conhecido como "Questão Coimbrã" (1865), quando se defrontam jovens estudantes de Coimbra que estavam atentos às novas ideias vindas da Alemanha, França e Inglaterra.
Nos anos 70, os intelectuais que integravam o grupo de Coimbra promovem um clico de palestras que ficou conhecido por "Conferências Democráticas do Casino Lisbonense".
Entre os participantes do ciclo está o jovem Eça de Queiros, que estava alheio à Questão Coimbrã, mas havia aderido ao novo pensamento realista.
Contexto Histórico
O Realismo é usado para denominar a reação aos ideais românticos que caracterizaram a segunda metade do século XIX.
A Europa está na segunda fase da Revolução Industrial, conhece o desenvolvimento do pensamento científico e das doutrinas filosóficas e sociais difundidas por Hegel, Augusto Comte, Marx e Engels e o evolucionismo de Darwin.
Características
- Objetivismo e Cientificismo
- Materialismo e negação dos sentimentos
- Reação à monarquia e ao clero
- Preocupação com o presente
Principais Autores e Obras
Antero de Quental (1842 - 1891)
A produção poética de Antero de Quental é apresentada em três momentos, todos ligados à trajetória de vida do autor.
As primeiras poesias são anteriores à Questão Coimbrã e ainda refletem o modelo romântico. Já os poemas "Odes Modernas" são denominados como um marco em sua obra e apontam uma fase de poesia revolucionária com forte influência do movimento em Coimbra.
O livro mais revelador de Antero de Quental é "Os Sonetos", definidos pela crítica literária como tecnicamente perfeitos e lógicos.
Eça de Queirós (1845 - 1900)
A fase realista de Eça de Queirós é marcada pela trilogia "Cenas da Vida Portuguesa", com as obras "O Primo Basílio", "Os Maias" e "O Crime do Padre Amaro".
Nas obras, o autor monta um painel da sociedade portuguesa e retrata os múltiplos aspectos da vida cotidiana: a cidade provinciana, a influência do clero, a pequena e a média burguesia de Lisboa, os intelectuais e a aristocracia.
Para complementar sua pesquisa no tema, veja também os textos:
DIANA, Daniela. Realismo em Portugal. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/realismo-em-portugal/. Acesso em: