Reino dos Francos: quem foram e sua história de origem
Os francos foram uma das tribos germânicas que habitavam a região do baixo e médio Rio Reno por volta do século III d.C. Após a queda de Roma, o Reino dos Francos emergiu como uma das organizações políticas mais importantes da Europa Ocidental.
Durante o período de sua expansão, os francos incorporaram características de outros povos em suas tradições, incluindo saxões, avaros e romanos. Como resultado desse processo e de suas ações políticas, a história desse povo foi fundamental para redesenhar o mapa da Europa.
Surgimento dos francos
As primeiras menções aos francos datam do século III d.C., quando começaram a aparecer nas documentações romanas. Eles se dividiam em dois grupos principais: os sálios e os ripuários, que lideravam as demais tribos. Por volta de 257, os francos eram reconhecidos como poderosos inimigos de Roma, especialmente na região da Gália.
Enquanto os sálios se destacavam nas batalhas navais, os ripuários mostravam grande eficiência em combates terrestres. Na virada do século III para o IV d.C., as tribos francas atacavam o território romano e ameaçavam com ações de pirataria suas rotas de navegação no Norte e no Mediterrâneo. Isso chamou a atenção dos imperadores romanos, que realizaram campanhas contra os francos.
Muitos prisioneiros francos capturados nas batalhas foram incorporados ao Império Romano, recebendo sua liberdade em troca de trabalho nas terras ou na presença no exército romano.
A aliança com o Império Romano
Essa nova relação com Roma permitiu que os francos prosperassem internamente nos domínios do Império.
No século IV, muitos soldados romanos eram de origem franca. Esse período de colaboração continuou nas décadas seguintes, com os francos ajudando Roma a combater invasores como Átila, o Rei dos Hunos, em 451 d.C., e nas batalhas contra visigodos e saxões.
A Dinastia Merovíngia: a consolidação do reino
A ascensão de Clóvis I
Após o fim do Império Romano do Ocidente, os francos continuaram a habitar a região da Gália.
Nessa época, destacou-se o rei franco Clóvis I (466-511), filho de Childerico. Aos 15 anos, em 481, Clóvis assumiu o trono e deu início a um período de expansão que consolidou a Dinastia Merovíngia.
Clóvis I também foi responsável por converter os francos ao cristianismo, após sua vitória contra os visigodos em 496 e seu casamento com a princesa Clotilde da Borgonha.
Essa conversão foi uma estratégia de Clóvis para conquistar o apoio da Igreja e facilitar a aceitação de seu poder entre os gauleses e antigos romanos, já que o cristianismo era predominante nas terras conquistadas.
Sob o governo de Clóvis, a cultura franca aprofundou a incorporação de tradições germânicas como romanas, influenciando a língua, a religião e as leis desse povo.
O legado de Clóvis
Após a morte de Clóvis, o poder do reino foi dividido entre seus quatro filhos, o que deu início a uma nova fase de disputas internas. Essas divisões não trouxeram estabilidade, e conflitos entre os herdeiros marcaram os anos seguintes.
Diante da fragmentação e disputa pelo poder, os reis francos passaram a ser conhecidos como “Reis Indolentes”. Apesar do título de rei, eles eram politicamente fracos e dependiam do apoio dos “Prefeitos do Palácio” (ou Major Domus), líderes da nobreza que efetivamente governavam o reino no período.
A Dinastia Carolíngia: o Império de Carlos Magno
Um dos prefeitos do palácio mais importantes foi Carlos Martel (688-741), que ocupou o cargo entre 717 e 741. Ele ganhou destaque após a vitória dos francos na Batalha de Poitiers (732), num combate que interrompeu o avanço muçulmano na Europa Ocidental.
Seu filho, conhecido como Pepino, o Breve (714-768), herdou a grande reputação do pai e, em 751, com o apoio da Igreja, destronou o último rei merovíngio, Childerico III. Assumindo o poder, deu início a uma nova dinastia: a Carolíngia.
Mais tarde, o filho de Pepino, Carlos Magno (747-814), assumiu o trono no ano de 768 e expandiu ainda mais o poder dos francos, formando o vasto Império Carolíngio.
Sob o comando de Carlos Magno, a aliança com a Igreja foi fortalecida, e os francos conquistaram grande parte da Europa Ocidental.
Esse período também foi marcado um movimento de renovação cultural e educacional conhecido como Renascimento Carolíngio, o que contribuiu para que os francos se tornassem uma das forças políticas e militares mais importantes da Idade Média.
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Referências Bibliográficas
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