Romance Indianista
O Romance Indianista marca a busca na literatura por um herói nacional. O índio foi eleito como a figura de maior representatividade, considerando que o branco era tido como o colonizador europeu, e o negro, como escravo africano.
Assim, o índio foi considerado como único e legítimo representante da América. Dessa maneira, o romance brasileiro encontrou no índio a expressão da nacionalidade autêntica, de amor exacerbado à terra e defesa do território.
Em sua singularidade, o índio foi usado como símbolo de bravura e honra. Incorporar a tradição indígena à ficção era a autêntica expressão de nacionalidade, impulsionando contribuições na prosa e na poesia.
Antecedentes do romance indianista
Entre os muitos fatores que contribuíram para a implantação do indianismo na literatura brasileira está a "tradição literária" do período colonial. Ela foi introduzida pela literatura de informação e literatura de catequese, sendo retomada por Basílio da Gama e Santa Rita Durão.
Por parte da Europa, foi a Teoria do Bom Selvagem, de Rousseau, que exerceu influência direta no pensamento literário brasileiro da época.
Outro fator importante foi a adaptação que os escritores brasileiros românticos fizeram da figura idealizadora do herói.
Como o Brasil não houve Idade Média, seu "herói medieval" passou a ser o índio, o habitante do período pré-cabralino.
Autores como Padre Anchieta, Basílio da Gama e Gonçalves Dias já haviam difundido em sua obra a importância da singularidade do índio.
Foi, contudo, José de Alencar, o escritor de maior expressão dessa fase do romantismo brasileiro.
As obras O Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874) exaltam o sentimento de nacionalidade por meio do índio como herói e ícone guerreiro.
Principais características do romance indianista
- Nacionalismo
- Estética nativista
- Exaltação da natureza
- Idealização do índio como figura nacional, europeizado e quase medieval
- Temas históricos
- Resgate de lendas
- Contato do índio com o europeu colonizador
José de Alencar
O cearense José Martiniano de Alencar (1829-1877) é considerado o mais importante representante do Romance Indianista.
A crítica considera que é um estilo criado por ele, que também é chamado de patrono da literatura brasileira.
Filho de um padre, José de Alencar recebeu muito cedo influências que o levara à exaltação do sentimento nacionalista. É patrono da cadeira 23 da Academia Brasileira de Letras por escolha de Machado de Assis (1839 - 1908).
A obra de José de Alencar também é marcante em romances históricos e romances regionalistas.
No Romance Indianista, a primeira obra a ser lançada foi O Guarani, um folhetim semanal, que era divulgado em um jornal uma vez por semana.
O folhetim causava uma corrida às bancas todas as semanas. Demonstrava o sentimento de literatura nacionalista do autor, que defendia o modo de pensar e escrever do brasileiro.
Leia também:
- Romantismo: Características e Contexto Histórico
- Prosa Romântica no Brasil
- Romances históricos
- Romances regionalistas
- Indianismo
- Iracema
DIANA, Daniela. Romance Indianista. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/romance-indianista/. Acesso em: