Romeu e Julieta

Daniela Diana
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

Romeu e Julieta é uma tragédia do escritor inglês Willian Shakespeare (1564-1616) escrita no final do século XVI. A obra de dramaturgia relata a história de amor entre Romeu e Julieta.

Romeu e Julieta representa um dos maiores clássicos da literatura mundial e uma das obras mais emblemáticas de Shakespeare.

Até os dias atuais, o texto é encenado e possui diversas paródias. São filmes, músicas, poesias, pinturas, todos inspirados na obra de um dos maiores atores britânicos: William Shakespeare.

Romeu e JulietaRomeu e Julieta, obra de Frank Dicksee (1884)

Estrutura da Obra

A tragédia Romeu e Julieta é uma obra de dramaturgia, que está dividida em 5 atos, cada qual composto de diversas cenas:

  • 1° Ato: composto de 5 cenas
  • 2° Ato: composto de 6 cenas
  • 3° Ato: composto de 5 cenas
  • 4° Ato: composto de 5 cenas
  • 5° Ato: composto de 3 cenas

Personagens

  • Julieta Capuleto: filha única dos Capuleto.
  • Romeu Montecchio: filho único dos Montecchio.
  • Sr Capuleto: pai de Julieta.
  • Sra Capuleto: mãe de Julieta.
  • Pedro: criado da família Capuleto.
  • Gregório: criado da família Capuleto.
  • Sr Montecchio: pai de Romeu.
  • Sra Montecchio: mãe de Romeu.
  • Abraão: criado da família dos Montecchios.
  • Baltasar: criado da família dos Montecchios.
  • Ama: ama confidente e cuidadora de Julieta.
  • Teobaldo: primo de Julieta.
  • Benvólio: primo de Romeu.
  • Mercúcio: amigo de Romeu.
  • Rosalina: pretendente de Romeu.
  • Páris: pretendente de Julieta.
  • Príncipe Escala: Príncipe da cidade de Verona.
  • Frei Lourenço: franciscano, confidente de Romeu.
  • Frei João: franciscano de Verona.
  • Boticário: quem vende a poção fatal para Romeu.

História: Resumo

Romeu e Julieta são os protagonistas dessa história de amor. Eles se apaixonam perdidamente.

No entanto, ambas famílias tem uma longa história de disputas. Romeu, que pretende casar com Rosalina, muda de ideia quando conhece a filha única dos Capuleto. Após o encontro, eles decidem se casar.

Eles se conhecem num baile de máscaras que ocorreu na cidade de Verona (Itália) e logo se apaixonam.

Entretanto, eles desconhecem suas origens, ou seja, nem imaginam que aquele amor pode causar muitos problemas.

Com a esperança das famílias se entenderem, Frei Lourenço, amigo e confidente de Romeu, realiza secretamente o casamento dos jovens.

Uma das peripécias da obra é o duelo que ocorre entre Teobaldo, primo de Julieta, Mercúcio, amigo de Romeu, e o próprio Romeu. Como resultado dessa briga, Teobaldo e Mercúcio morrem.

Diante disso, o príncipe de Verona decide exilar Romeu da cidade. No entanto, ele aparece durante à noite para se encontrar com sua amada Julieta.

Nesse momento, eles têm uma noite de amor. Julieta, que está prometida por Páris, um jovem nobre e parente do príncipe, tenta adiar a data do casamento, porém sem sucesso.

Desesperada com esse fato, Julieta decide pedir ajuda ao Frei Lourenço. Ele lhe oferece uma bebida que supostamente parecerá que está morta.

Com isso, ele manda uma carta ao Romeu, que ainda está exilado, para revelar seu plano e unir definitivamente o casal.

Todavia, Romeu não recebe a mensagem do Frei e por seu criado Baltasar fica sabendo da "morte" de Julieta. Inconformado, ele compra um veneno em um boticário.

Vai até a cripta da família Capuleto, onde está o corpo de Julieta. Ali, ele encontra com Páris, o futuro pretendente de Julieta. Eles chegam a lutar e Romeu o mata.

Após a morte de Páris, Romeu toma o veneno. Quando Julieta desperta e compreende que Romeu tomou o veneno, ela se mata com o punhal de seu amado.

Por fim, proibidos de viverem essa história de amor, eles escolhem a morte. Diante disso, as famílias que antes viviam em discórdias, passam por um momento de paz.

Trechos da Obra

Para compreender melhor a linguagem utilizada pelo escritor, confira abaixo algumas frases da obra:

Ato I (Cena V)

Romeu: Quem é a moça que enfeita a mão daquele cavalheiro?
Criado: Eu não conheço.
Romeu: Ela é que ensina as tochas a brilhar, e no rosto da noite tem um ar de joia rara em rosto de carvão. É riqueza demais pro mundo vão. Como entre corvos pomba alva e bela Entre as amigas fica essa donzela. Depois da dança, encontro o seu lugar, Pra co’a mão dela a minha abençoar. Já amei antes? Não, tenho certeza; Pois nunca havia eu visto tal beleza.

Ato II (Coro)

Mal a antiga paixão agonizava e o novo amor já quer o lugar dela; A bela por quem ontem se matava junto a Julieta nem sequer é bela. Agora amado, ama outra vez Romeu, Ambos presa do aspecto exterior; Ele leva à inimiga o pranto seu e ela tira do ódio doce amor. Inimigo, a Romeu fica vedado fazer as juras naturais do amor, e a ela, apaixonada, não é dada Ir encontrá-lo, seja onde for. Mas a paixão, à força, os faz vencer, temperando o perigo co’o prazer.

Ato III (Cena III)

Romeu: Tortura, e não piedade. Aqui é o céu onde vive Julieta, e qualquer cão, ou gato, ou rato ou coisa sem valor pode viver no céu e pode vê-la, mas não Romeu. Existe mais valor, mais honra e cortesia em qualquer mosca do que em Romeu, pois essa pode tocar na mão tão branca de Julieta, roubar a eterna bênção de seus lábios, que ainda puros, vestais de seu pudor, coram por ver pecado nesse beijo. Mas não Romeu; Romeu está banido. As moscas podem, eu fujo daqui; Elas são livres, eu estou banido. E ainda diz que o exílio não é morte? Não tem aqui um veneno, uma faca, nenhum meio de morte, por mais vil, pra me matar, senão esse “banido”? O termo é pros danados, lá no inferno, chega uivando. E o senhor tem a coragem, confessor, diretor espiritual, que dá absolvição e é meu amigo, de retalhar-me com esse “banimento”?

Ato IV (Cena I)

Julieta: Meu pai, não diga que já sabe disso, se não for pra dizer como evitá-lo. Se todo o seu saber não me ajudar, é só julgar que ’stou agindo certo e esta faca me ajuda, num momento. Romeu e eu por Deus fomos unidos, e antes que a mão pelo senhor unida seja marcada por um outro voto, ou que o meu coração em vil traição se entregue a outro, essa mão mata os dois. Portanto, usando a sua experiência, diga-me o que fazer, ou testemunhe entre mim e a minha dor, este punhal servir de árbitro e solucionar o que nem sua idade ou sua arte puderam resolver pra mim com honra. Mas chega de falar. Quero morrer, se o que diz não me trouxer remédio.

Ato V (Cena III)

Julieta: Pois pode ir. Eu não vou me afastar. (Sai Frei Lourenço.) Que prende o meu amor em sua mão? Um veneno lhe deu descanso eterno. Malvado! Nem sequer uma gotinha para eu segui-lo? Vou beijar-lhe os lábios; talvez que neles reste algum veneno que me restaure a minha antiga morte.

Confira a obra na íntegra, fazendo o download do PDF aqui: Romeu e Julieta.

Filmes

O romance de Shakespeare foi adaptado para o cinema diversas vezes. Em 1968 foi lançado o longa-metragem Romeu e Julieta dirigido Franco Zeffirelli.

Em 1996, Romeo + Juliet foi dirigido por Baz Luhrmann. Já em 2013, o drama de amor foi dirigido por Carlo Carlei.

A versão mais recente intitulada "Branagh Theatre Live: Romeo and Juliet" foi lançada em dezembro de 2016 e dirigida por Benjamin Caron.

Saiba mais sobre o escritor: Willian Shakespeare

Daniela Diana
Daniela Diana
Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) em 2008 e Bacharelada em Produção Cultural pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2014. Amante das letras, artes e culturas, desde 2012 trabalha com produção e gestão de conteúdos on-line.