Simón Bolívar
Simón Bolivar foi político, líder militar e revolucionário venezuelano.
Sua atuação foi primordial para o processo de independência de diversos países da América do Sul: Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
Bolívar tinha como principal objetivo criar um grande país e acreditava na emancipação latino-americana.
Baseado nos ideais republicanos, na democracia popular e participativa, Bolívar foi um grande defensor da abolição da escravatura.
Por isso, ele é considerado um dos maiores heróis da Latino-América e o maior libertador da América do Sul.
Biografia
Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar y Palacios Ponte-Andrade y Blanco nasceu dia 24 de julho de 1783 em Caracas, Venezuela. Na época, o território era chamado de Vice-Reinado de Nova Granada.
Filho de aristocratas de origem espanhola, Bolívar teve uma boa educação desde criança. Ficou órfão quando tinha 9 anos e a partir daí esteve sob a custódia de seu tio Carlos Palacios.
Ingressou na escola militar e mais tarde, foi estudar na Espanha. Em Madri conheceu Maria Teresa del Toro y Alaysa, com quem se casou em 1801. Porém, quando retornou à Venezuela em 1807, sua esposa contraiu febre amarela e morreu pouco depois.
A partir daí começou a atuar na política de seu país, auxiliando em sua independência. Bolívar também visitou o México, os Estados Unidos e Cuba. Além da Espanha, na Europa, também visitou a França e a Itália.
Mais tarde, esteve na Inglaterra para participar de uma missão diplomática e pedir apoio financeiro, mas não obteve sucesso.
Quando retornou, seu foco foi auxiliar na independência dos países da América do Sul que estavam sob o domínio espanhol.
Processo de Independência da América Espanhola
Na Venezuela, Bolívar foi oficial do exército revolucionário e participou de diversas batalhas de libertação contra os espanhóis.
Na Batalha de Boyacá, que ocorreu em 1819, libertou a Colômbia do domínio espanhol. E, na Batalha de Carabobo (1821) Bolívar libertou a Venezuela.
No ano seguinte, e com o auxílio de Antonio José de Sucre (1795-1830), um de seus oficiais do exército, libertou o Equador na Batalha de Pichincha.
Após as vitórias de independência dos países da América espanhola, Bolívar tornou-se presidente da Grã-Colômbia que reunia os países: Venezuela, Colômbia e Equador.
Para ele, a ideia de unir a América do Sul num grande país estava sendo moldada.
Simón Bolívar e San Martín
Enquanto Bolívar libertava alguns países do domínio espanhol, o argentino José de San Martín (1778-1850), lutava contra as tropas para libertar Argentina, Chile e Peru.
Depois de se encontrar com Martin, o argentino não quis unir suas forças às de Bolívar. Assim, Martin resolveu sair da América deixando nas mãos de Bolívar a responsabilidade de terminar a independência dos países.
Fim da Independência
Com a ajuda de Sucre, por fim, Bolívar libertou os outros países do domínio espanhol em 1824. Tendo como modelo os Estados Unidos, que conseguiu formar uma grande nação, Bolívar ainda tinha o intuito de criar uma grande América espanhola.
Assim, o revolucionário esperava que os outros países se unissem à Grã-Colômbia. Entretanto, ao invés disso, eles se afastaram da ideia de Bolívar.
Por conseguinte, diversos conflitos aconteceram entre esses países, e com o tempo a Grã-Colômbia deixou de existir. A tensão aumentava ainda mais, quando em 1830 Bolívar renunciou ao cargo.
Leia também: Independência da América Espanhola.
Morte de Bolívar
Após sua renúncia, Bolívar foi exilado de seu país e passou a ser odiado por seus inimigos. Nesse mesmo ano, foi viver na Colômbia e morreu em Santa Marta dia 17 de dezembro de 1830, vítima de tuberculose.
Com o passar do tempo, seu esforço e determinação foi sendo reconhecido. Hoje Bolívar é idolatrado em diversos países e considerado uma das maiores figuras históricas da América do Sul.
Bolivarismo
O bolivarismo designa o conjunto de doutrinas políticas e ideológicas que estão fundamentadas nas ideias de Simón Bolívar.
Os bolivarianos são aqueles que seguem os ideais traçados por Simón Bolívar. Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, declarou ser adepto das ideias do revolucionário.
O Bolivarismo, dentre outras coisas, propõe a união dos países latino-americanos. Essa vertente está pautada nos principais documentos assinados por Bolívar: Carta de Jamaica, Discurso de Angostura e Manifesto de Cartagena.
Filme
Com direção de Alberto Arvelo foi lançado em 2014 o filme “O Libertador” (The Liberator) baseado na vida e nas ações de Bolívar.
Frases de Bolívar
- “Compatriotas. As armas vos darão a independência, as leis vos darão a liberdade.”
- “Juro por Deus, juro por meus pais e juro por minha honra que não descansarei enquanto viver até que tenha libertado a minha pátria.”
- “Todos os povos do mundo que lutaram pela liberdade exterminaram no final a seus tiranos.”
- “Louvado seja aquele que correndo por entre os escombros da guerra, da política e das desgraças públicas, preserva sua honra intacta.”
- “As nações marcham para sua grandeza ao mesmo passo que avança sua educação.”
Questões de Vestibular
1. (FGV-2009) Na Carta da Jamaica, de 1815, [Simón Bolívar] escreveu: "Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória".
(Flavio de Campos e Renan Garcia Miranda, "Oficina de História - história integrada")
A intenção de uma América hispânica independente e formando um único país, entre outros motivos, não prevaleceu em razão:
a) de um acordo entre franceses e ingleses, assinado no Congresso de Viena.
b) do interesse espanhol em enfraquecer o poderoso Vice-Reinado da Nova Granada.
c) dos fortes e decisivos interesses ingleses, norte-americanos e das próprias elites locais da América.
d) da deliberada ação do Brasil, preocupado com a formação de um poderoso Estado na América.
e) das tensões entre as elites do México e Peru, que disputavam a hegemonia sobre a América.
2. (Cesgranrio-2000) O sonho de união da América Latina é muito antigo. Bolívar foi o primeiro que formulou o ideal de integração americana. Várias propostas surgiram posteriormente até chegarmos ao Mercosul. Assinale a opção que contém um dos objetivos de Bolívar.
a) Emancipar a América Latina como uma associação comercial unitária, que, posteriormente daria a origem à ALALC.
b) Desenvolver a industrialização no continente sob a hegemonia norte-americana para fazer frente à forte economia inglesa.
c) Desenvolver a solidariedade continental em torno da hegemonia do Canadá, estabelecendo um intercâmbio direto deste com todos os países latino-americanos.
d) Estabelecer uma política separatista respeitando as diferenças culturais e até linguísticas entre os países latino-americanos.
e) Criar uma Confederação dos Estados Americanos face à possível contraofensiva da Europa apoiada pela Santa Aliança.
3. (Unesp-2013) Leia:
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América.
(Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. Simón Bolívar: política, 1983.)
O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que,
a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.
b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.
c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente.
d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.
e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.
BEZERRA, Juliana. Simón Bolívar. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/simon-bolivar/. Acesso em: