Simone de Beauvoir
Simone de Beauvoir foi escritora, filósofa, intelectual, ativista e professora. Integrante do movimento existencialista francês, Beauvoir foi considerada uma das maiores teóricas do feminismo moderno.
Uma de suas frases mais célebres é:
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
Dona de um espírito inquieto e revolucionário para sua época, Beauvoir rejeitou modelos, hierarquias e valores. Segundo ela:
“Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado, que qualificam de feminino.”
Biografia de Simone de Beauvoir
Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir nasceu em Paris, França, no dia 9 de janeiro de 1908.
Na infância e juventude esteve num colégio católico e mais tarde, estudou matemática no Instituto Católico de Paris. Ainda que tenha sido criada numa família Católica, Simone optou pelo ateísmo. Segundo ela:
“Era-me mais fácil imaginar um mundo sem criador do que um criador carregado com todas as contradições do mundo.”
Foi também estudante de filosofia na Universidade de Sorbonne. Ali, conheceu Jean Paul-Sartre, parceiro intelectual e com quem teve um relacionamento aberto toda a vida (cerca de 50 anos).
Ou seja, ambos não eram adeptos da monogamia e, portanto, tiveram outros parceiros sexuais ao longo da vida. Assim, nenhum deles chegou a casar ou ter filhos.
Simone lecionou em diversas escolas nas décadas de 30 e 40. Com a ocupação nazista na França, Beauvoir fugiu do país, retornando no final de guerra.
Frequentadora de encontros filosóficos, em 1945, ela, Sartre, Merleau-Ponty e Raymnond Aron fundam a revista “Os Tempos Modernos” (Les Temps Modernes). Com periodicidade mensal, esse veículo foi muito importante para propagação de suas ideias.
Sua paixão pelos livros foi notória desde a juventude. Escreveu diversas obras da qual se destaca um dos maiores clássicos do movimento feminista “O segundo sexo”, publicada em 1949.
Vítima de pneumonia, Simone faleceu com 78 anos no dia 14 de abril de 1986 em sua cidade natal. Ela foi enterrada no Cemitério de Montparnasse, em Paris, ao lado de seu companheiro Jean-Paul Sartre.
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Principais obras de Simone de Beauvoir
Simone produziu diversas obras relacionados com filosofia, política e sociologia. Escreveu romances, novelas, peças de teatro, ensaios e autobiografias:
- A Convidada (1943)
- O Sangue dos Outros (1945)
- O Segundo Sexo (1949)
- Os Mandarins (1954)
- Memórias de uma moça bem-comportada (1958)
- Uma Morte Suave (1964)
- A Mulher Desiludida (1967)
- A Velhice (1970)
- Tudo Dito e Feito (1972)
- A Cerimônia do Adeus (1981)
Pensamentos de Simone de Beauvoir
Sem dúvida, sua grande contribuição foi no campo dos estudos sobre o feminismo e na luta da igualdade de gênero. Aliado a isso, Beauvoir foi adepta da teoria existencialista, onde a liberdade é a principal característica.
Em sua obra “O segundo sexo” Simone aborda sobre o papel da mulher na sociedade e a opressão feminina num mundo dominado pelo homem. O livro foi considerado agressivo e incluído na lista de negra do Vaticano.
No romance existencialista “Os Mandarins” Simone retrata a sociedade francesa no pós-guerra onde temas políticos, morais e intelectuais são discutidos pela autora. Com essa obra, Beauvoir recebeu o Prêmio Goncourt.
De suas autobiografias merece destaque a obra “Memórias de uma moça bem-comportada” onde Simone apresenta relatos reais de sua vida com foco nos dogmas da igreja e nos comportamentos da sua família burguesa. Nessa obra, também podemos notar o feminismo de Beauvoir.
Uma de suas ideias mais polêmicas está relacionada com o casamento e a maternidade. Para ela, o casamento é uma instituição problemática e falida da sociedade moderna.
E a maternidade, é uma espécie de escravidão, onde a mulher abdica de sua vida tendo a obrigação de casar, procriar e cuidar da casa. Sendo assim, para Simone a mulher deve ter autonomia. Nas palavras da autora:
“Casamento é o destino tradicionalmente oferecido às mulheres pela sociedade. Também é verdade que a maioria delas é casada, ou já foi, ou planeja ser, ou sofre por não ser.”
“Não são as pessoas que são responsáveis pelo falhanço do casamento, é a própria instituição que é pervertida desde a origem.”
“A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele: ela não é considerada um ser autônomo.”
Cheia de ideias polêmicas, Beauvoir conquistou muitos admiradores e por outro lado, pessoas que abominam suas ideias.
A grande questão é que ela teve um papel preponderante nas ideologias feministas do século XX. Seus estudos estiveram baseados em teorias políticas, filosóficas, históricas e psicológicas.
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Frases de Simone de Beauvoir
- “Por vezes a palavra representa um modo mais hábil de se calar do que o silêncio.”
- “É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”
- “O homem é definido como ser humano e a mulher é definida como fêmea. Quando ela comporta-se como um ser humano ela é acusada de imitar o macho.”
- “A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo.”
- “Entre as que se vendem pela prostituição e as que se vendem pelo casamento a única diferença consiste no preço e na duração do contrato.”
- “Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.”
Caiu no Enem!
(ENEM-2015) Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a)
a) ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.
b) pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.|
c) organização de protestos públicos para garantir a igualdade de gênero.
d) oposição de grupos religiosos para impedir os casamentos homoafetivos.
e) estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.
Veja também:
DIANA, Daniela. Simone de Beauvoir. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/simone-de-beauvoir/. Acesso em: