Josef Stalin: quem foi, o seu governo e legado

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Professor de História

Josef Stalin (1878-1953) foi um político, revolucionário comunista e ditador soviético. Ele governou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e definiu os rumos do país de 1924 até a sua morte.

Stalin
Stalin acena para a multidão numa cerimônia em 1952

Josef (Iosif) Vissarionovich, mais conhecido com Stalin (que significa “homem de aço” em russo), nasceu em uma pequena cidade georgiana, chamada Gori, em 18 de dezembro de 1878.

De família pobre, era filho do sapateiro Besarion Jughashvili (1849 ou 1850-1909) e da costureira Ketevan Geladze (1858-1937).

Stalin estudou por um tempo no colégio religioso de Tiflis, no entanto, foi expulso por difundir o marxismo.

Permaneceu na mesma cidade, trabalhando no Observatório de Tiflis durante o dia e difundindo o marxismo para outros trabalhadores à noite. Ingressou no Partido Operário Social-Democrata da Rússia (POSDR) em 1901.
Perseguido pela polícia devido às suas ideias, foi enviado para a cidade de Batum pelo partido, onde organizou greves e manifestações de trabalhadores. Apesar das mudanças de cidades, Stalin foi preso e escapou várias vezes entre 1902 e 1913.
Em 1904, Stalin aliou-se ao lado bolchevique de seu partido, grupo liderado por Lênin.

Em 1906, Stalin casou-se com Ekaterina Svanidze, com quem teve um filho, Yakov Dzhugashvili. Após a morte de sua esposa em 1907, ele se casou novamente em 1919, desta vez com Nadezhda Alliluyeva. Desse segundo casamento, teve dois filhos: Vasily Dzhugashvili e Svetlana Alliluyeva.

Entre 1912 e 1913, Stalin escreveu artigos influentes sobre marxismo e a luta operária, incluindo contribuições para o jornal Pravda, uma publicação de destaque entre os bolcheviques. No entanto, em 1913, foi preso novamente e exilado por quatro anos, recuperando a liberdade apenas em 1917 - ano da Revolução Russa.

Com o sucesso da Revolução, Stalin foi eleito Secretário-Geral do Comitê Central em 1922, marcando o início de sua ascensão ao poder.

Suas ações após este evento foram duramente criticadas pelo líder revolucionário Lenin, o qual deixou sua insatisfação numa carta póstuma (“O Testamento de Lênin”).

Esta carta foi suprimida pelos stalinistas após a morte do então líder soviético, em 21 de janeiro de 1924, quando se iniciou uma luta pelo poder entre os partidários de Leon Trotsky e de Stalin. A disputa terminou com o exílio de Trotsky e seu posterior assassinato em 21 de agosto de 1940.

Josef Vissarionovich Stalin morreu em Moscou, no dia 5 de março de 1953, após uma forte hemorragia cerebral. Seu corpo embalsamado permaneceu exposto no mausoléu na Praça Vermelha em Moscou até 1961, quando foi finalmente enterrado.

Governo de Stalin

O governo de Stalin se caracterizou pela centralização política e a eliminação de opositores políticos. Mais do que o socialismo, podemos afirmar que estava sendo implantado o Stalinismo na URSS.

Por conseguinte, em 1928 tem início o programa de industrialização intensiva e coletivização da agricultura soviética. Esse projeto provocou uma desorganização agrícola profunda, causando uma onda de fome que ceifou pelo menos 4 milhões de vidas.

A partir da década de 1930, Stalin estabeleceu definitivamente seu poder pessoal, com o culto à sua imagem e pelo expurgo de seus opositores (reais ou somente suspeitos).

Estes eram deportados para o exílio ou aprisionados em campos de trabalhos forçados na Sibéria, sob a acusação de serem inimigos do povo soviético. Igualmente, mandava-os para prisões conhecidas como Gulag, que se encontravam espalhadas por todo território soviético.

Entre 1934 e 1938 essa perseguição se intensificou ainda mais com a condenação dos “contrarrevolucionários” em 1937-38.

Ao longo deste período, em face da recusa dos líderes do bloco capitalista em se aproximar do regime socialista, a URSS ficou isolada economicamente.

Durante a Segunda Guerra Mundial

Também para se prevenir contra um ataque dos alemães, Stalin estabeleceu um pacto de não-agressão (Pacto Ribbentrop-Molotov) com os alemães em 23 de agosto de 1939. Neste pacto, estava garantida ainda a divisão do território polonês entre os signatários. A invasão da Polônia pelos alemães foi o fato que levou ao início da Segunda Guerra.

Este pacto durou até 1941, quando a URSS foi invadida pelas forças alemãs. Os soviéticos se aliaram ao Reino Unido, França e Estados Unidos para vencer os nazistas. Dentre as mais sangrentas batalhas ocorridas em território soviético está a Batalha de Stalingrado.

Durante a Guerra Fria

Com a vitória dos Aliados e da URSS na Segunda Guerra Mundial sobre os nazistas, o regime stalinista manteve sob sua influência os territórios que ajudou a libertar.

Assim, Polônia, Tchecoslováquia, Bulgária, Hungria, Romênia e Alemanha Oriental são alinhados ao bloco socialista.

A tensão entre os dois blocos político-econômicos do mundo, capitalistas e socialistas, caracterizou a Guerra Fria, período de disputa entre os Estados Unidos da América, líder do bloco capitalista, e a URSS.

Legado de Stalin

Em 1956, após a posse de Nikita Khrushchev, que denunciou as atrocidades e desvios do stalinismo, teve início o processo de “desestalinização”. Na prática, significou o fim do culto à personalidade de Stalin, além de uma tentativa de superar a repressão policial em massa pelo regime soviético.

Durante seu governo, Stalin estabeleceu um conjunto de medidas para a centralização da economia. Além disso, inaugurou um período de industrialização e coletivização dos meios de produção.

Também promoveu o desenvolvimento de indústria de base e derrotou da Alemanha nazista. Nem todas suas medidas, porém, foram bem-sucedidas. A coletivização do campo, as prisões e assassinatos políticos teriam deixado entre 10 milhões e 20 milhões de pessoas.

Leia também:

Referências Bibliográficas

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

HOOBLER, Dorothy e HOOBLER, Thomas. Stálin. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

SERVICE, Robert. Stalin. Rio de Janeiro: Record, 2022.

Lucas Pereira
Revisão por Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.
Juliana Bezerra
Edição por Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.