Teatro Realista
O teatro realista se desenvolveu durante o século XIX. Lembre-se que o realismo surge em oposição ao movimento artístico anterior: o romantismo.
Portanto, a partir de diversas transformações históricas e sociais que ocorreram durante o século XIX, o realismo vem criticar diversos costumes da sociedade vigente.
Origem
O realismo foi um movimento artístico que teve representações na literatura, na música, na arquitetura, escultura, pintura e no teatro.
O teatro realista surge na segunda metade do século XIX na Europa, se espalhando pelo mundo.
Características: Resumo
Uma vez que o realismo surge com o intuito de pôr fim ao movimento romântico, os personagens do teatro realista são pessoas comuns, e, portanto, não idealizados.
Os temas mais recorrentes são ligados ao cotidiano, as fraquezas humanas, e também, aos problemas de ordem social. A linguagem utilizada nos textos de dramaturgia da época é simples, coloquial e objetiva, com o intuito de demostrar a realidade tal qual ela é.
De tal modo, centrado nesses aspectos, o movimento realista demostra as diversas facetas do cotidiano e também dos seres humanos, desde os problemas sociais, financeiros, amorosos, familiares, tal qual a falsidade, a impotência, o egoísmo, os conflitos psicológicos, etc. Além disso, também são explorados temas polêmicos como a prostituição e a promiscuidade.
O palco do teatro realista demostra a preocupação com os textos teatrais e sua revelação na arte dramática. Assim, os cenários realistas são vazios e destituídos de grandes detalhes. Para tanto, o foco principal é revelar as mazelas da sociedade e das profundezas do ser humano.
Com isso, o teatro realista esteve preocupado com a verdade e a realidade; e, além disso, com o tempo presente em detrimento do passado. O que importava era demostrar os problemas do ser humano e da sociedade da época.
Dramaturgos e Obras
Os principais dramaturgos e obras referentes ao teatro realista são:
- Alexandre Dumas (1824-1895), obra “A Dama das Camélias”
- Henrik Ibsen (1828-1906), obra “Casa de Bonecas”
- Gorki (1868-1936), obra “Ralé e Os Pequenos Burgueses”
- Gerhart Hauptmann (1862-1946), obra “Os Tecelões”
- George Bernard Shaw (1856-1950), obra “Casa de Viúvos”
Teatro Realista Brasileiro
Da mesma forma, e inspirados no teatro realista europeu, no Brasil essa arte vem desvelar diversos problemas sociais associados à época, donde destacam-se os dramaturgos:
- Machado de Assis, obra “Quase Ministro”
- José de Alencar, obra “O Demônio Familiar”
- Joaquim Manuel de Macedo, obra “Luxo e Vaidade”.
O contexto histórico do país revela diversos problemas de cunho social, político e econômico, potencializados com a Proclamação da República, o fim da escravidão, a imigração europeia e ainda, com as diversas revoltas sociais que se espalharam pelo Brasil.
No Rio de janeiro, diversas peças do teatro realista, sobretudo francesas, são apresentadas ao público no Ginásio Dramático. Isso influenciou a mudança de paradigmas, trazendo à tona, aspectos da arte realista.
Teatro Realista e Teatro Naturalista
Ainda que uma linha tênue separe os dois movimentos, há diferenças entre a arte realista e naturalista.
No teatro, o naturalismo potencializa diversos aspectos do movimento realista, sendo uma radicalização deste, com forte teor de erotismo e de animalização do homem. O dramaturgo francês Emile Zola é um dos nomes mais proeminentes do teatro naturalista.
Saiba mais sobre o tema, com a leitura dos artigos:
- História do Teatro: origem e evolução ao longo dos tempos
- História do Teatro no Brasil
- Teatro Renascentista
DIANA, Daniela. Teatro Realista. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/teatro-realista/. Acesso em: