Exercício sobre trabalho e sociedade (com questões explicadas)

O termo trabalho vem de Tripalium e tem origem latina. O Tripalium era um instrumento formado por três paus, cujas pontas continham ferros, e era usado na produção agrícola.

Posteriormente, esse instrumento passou a ser associado a um instrumento de tortura, em que eram presos os escravos.

Assim, surge um dos sentidos iniciais da palavra “trabalho”, que é sua associação com um serviço penoso, que envolve sacrifício e castigo.

Nos períodos da Antiguidade e do Medievo, a ideia de trabalho carregava um caráter negativo e não tinha qualquer vínculo com a ideia contemporânea de realização pessoal.

Os antigos, em sua divisão da sociedade, atrelavam aos cidadãos livres as atividades nobres, como discutir questões da cidade (política), enquanto atrelavam aos escravos, o serviço pesado, como o cuidado da lavoura. Assim, a ideia de trabalho para eles estava sempre ligado a uma atividade que envolvia o uso de força física e, portanto, a algo penoso e de baixo valor.

Nos períodos seguintes, após a ascensão do cristianismo, tal visão ganhava uma nova justificativa, sob a ideia do pecado original de Adão e Eva.

Adão, ao ser expulso do paraíso, é condenado por Deus a trabalhar para sobreviver - “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra” (Gn 3.19). Surge, desse modo, a associação de trabalho com “castigo”.

Essa ideia se manteve durante o período Medieval, alimentando a relação entre nobres e servos

A ideia de solidariedade surge como uma forma de explicar a relação estabelecida entre os indivíduos. Em sociedades complexas, como as sociedades surgidas com advento do capitalismo, as relações são marcadas pela divisão do trabalho, em que os indivíduos deixam de se vincular pelo compartilhamento de costumes e crenças, e criam um laço social com base na especialização de cada um. Os indivíduos tornam-se distintos, a partir das atividades específicas que desenvolvem, contudo, passam a ter uma relação de interdependência, uma vez que dependem dos demais para sobreviver.

Exemplo: um construtor de casas precisa daqueles que produzem comida para sobreviver, assim como precisa do médico para cuidar de sua saúde. Contudo, tanto os agricultores, que produzem os alimentos, quanto o médico, precisam de alguém que construa suas moradias, para que possam se abrigar e se sentirem seguros. Assim, um depende da atividade do outro para continuar existindo.

A racionalização do trabalho foi um processo de sistematização do serviço, fazendo uso dos avanços científicos, que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Tinha como base teorias gerenciais, como as elaboradas por Frederick W. Taylor e Henry Ford, que tinham como intuito o aumento na produção das fábricas.

Entre as principais características dessas estratégias administrativas, estão: a especialização das atividades desempenhadas pelos trabalhadores, o gerenciamento do tempo, o controle dos movimentos e o aumento no ritmo de trabalho.

Enquanto Marx vê o capitalismo como um sistema que se desenvolveu a partir da exploração e da alienação do indivíduo, visando somente o fator econômico, Weber aponta para aspectos culturais e religiosos na promoção do sistema.

O protestantismo, principalmente as visões calvinistas e puritanas, ganham força nos séculos seguintes da Reforma, disseminando novas formas de se pensar a realidade, as ordenações divinas e o trabalho, tendo um papel fundamental na própria consolidação e afirmação do capitalismo.

É a partir dessas visões que o trabalho deixa de ser visto como um castigo divino e passa a ser incorporado como algo que “dignifica o homem”, ganhando, assim, o status de algo que encaminha à “salvação”. Essa visão também mudou os valores associados à riqueza.