10 exercícios sobre a escravidão no Brasil (com comentários)
Elaboramos e selecionamos 10 exercícios sobre a escravidão no Brasil para você se preparar para suas provas, ENEM e vestibulares.
Bons estudos!
Nível fácil
Exercício 01
Sobre o processo de escravização no Brasil, assinale a alternativa correta:
a) Os povos escravizados no Brasil eram amparados por lei com relação a castigos físicos. Portanto, essa prática desumana não acontecia com eles.
b) Os povos escravizados foram, desde o início da colonização, exclusivamente homens vindos do continente africano.
c) Os povos indígenas brasileiros nunca foram escravizados, pois os padres jesuítas os viam como indivíduos que precisavam ser catequizados.
d) O fim da escravidão no Brasil aconteceu logo nos primeiros anos de colonização, por conta do alto custo que os donos de fazendas tinham para manter um escravizado.
e) A escravização de pessoas aconteceu, na sua maioria, com povos vindos do continente africano, apesar de os indígenas também terem servido de mão de obra escrava.
Os africanos foram os povos mais escravizados no Brasil, porque a compra e venda desses povos era lucrativa para Portugal. Contudo, os indígenas também foram escravizados, em especial nos primeiros anos de colonização.
Exercício 02
A lei que, legalmente, encerrou a escravidão no Brasil, foi chamada:
a) Lei dos Sexagenários.
b) Lei Bill Aberdeen.
c) Lei Áurea.
d) Lei do Ventre Livre.
e) Lei Eusébio de Queirós.
A Lei Áurea, de 1888, encerrou legalmente a escravidão de pessoas no Brasil.
Exercício 03
A respeito da escravidão no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) O local onde os escravizados viviam nas fazendas era chamado de senzala.
b) No processo de escravidão brasileiro, o escravizado era considerado uma propriedade privada de seu senhor.
c) Carta de alforria era o nome dado ao documento que uma pessoa escravizada recebia quando passava a ser considerada livre.
d) Havia uma relação amistosa entre os padres jesuítas e os fazendeiros durante o período colonial.
e) Era comum a prática de castigos físicos como forma de punição aos escravizados.
Padres jesuítas e fazendeiros entravam em confronto com frequência, isso porque enquanto os padres queriam catequizar os indígenas, os fazendeiros queriam escravizá-los.
Exercício 04
“Toda a habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”
O trecho acima se refere a:
a) Quilombos.
b) Senzalas.
c) Casas-grande.
d) Espaços de comércio de escravizados.
e) Nenhuma das anteriores.
Os quilombos eram espaços no meio das florestas onde os povos escravizados viviam foragidos após escaparem das grandes fazendas.
Nível médio
Exercício 05
A resistência dos povos africanos durante a escravização no Brasil é um aspecto de extrema importância no estudo da história da escravidão no país. Sobre esse tema, assinale o que for correto:
a) Os quilombos eram espaços de refúgio onde os padres jesuítas realizavam processos de catequização com escravizados. Para cada escravizado catequizado, a Coroa portuguesa pagava uma quantia em ouro para seu senhor.
b) O processo de escravização no Brasil aconteceu sem que os escravizados apresentassem nenhum tipo de resistência. Isso explica o fato de a escravidão ter durado tanto tempo no país.
c) Além das fugas e revoltas, a resistência dos escravizados contra a escravidão ocorreu também por meio de manifestações culturais e religiosas. No contexto em que viviam, lutar para manter vivos seus costumes e língua, por exemplo, era um ato de resistência.
d) As leis abolicionistas criadas no Brasil durante o século XIX surgiram exclusivamente por conta do contexto europeu. O desenvolvimento das atividades mercantis na Inglaterra são um exemplo disso.
e) Considerando a ação da Princesa Isabel na assinatura da Lei Áurea, em 1888, é possível afirmar que ela deve ser considerada a principal heroína na luta da população brasileira contra a escravidão.
A resistência não aconteceu apenas através de fugas e rebeliões. Como aos escravizados era proibido manter sua cultura, praticar sua religiosidade e seus costumes, mesmo que contra as regras, foram algumas das diversas formas de resistência ao modelo escravagista.
Exercício 06
Sobre a relação entre a Inglaterra e o fim da escravidão no Brasil, analise as sentenças e assinale a alternativa correta:
a) Os ingleses defendiam a manutenção da escravidão no Brasil. Como eles eram os grandes navegadores, todos os navios carregados de escravizados precisavam pagar uma taxa para a coroa britânica. Portanto, a escravidão brasileira era favorável a estes.
b) Os ingleses defendiam a manutenção da escravidão no Brasil. O principal motivo estava nos acordos realizados entre Brasil e Portugal a partir de 1808, com a Abertura dos Portos brasileiros às nações amigas. Assim, o tráfico de escravizados era lucrativo para a Inglaterra.
c) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Isso porque o que era de seu interesse era a escravização de povos asiáticos, onde eles possuíam colônias. Mesmo propondo acordos com D. João VI para que o uso de africanos fosse substituído, a mudança não seria vantajosa para Portugal, que declinou.
d) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Símbolo das ideias iluministas, a Inglaterra era defensora dos direitos individuais dos seres humanos e, portanto, contrária a qualquer tipo de escravização de pessoas.
e) Os ingleses eram contrários a manutenção da escravidão no Brasil. Por conta de seu processo de industrialização, a escravidão não era interessante para os britânicos porque, como não ganha salário, um escravizado não pode consumir e, consequentemente, não pode consumir produtos ingleses. Portanto, a escravidão brasileira para a Inglaterra representava um menor mercado consumidor brasileiro apto a comprar seus produtos.
O modelo mercantil inglês necessitava de uma maior quantidade de pessoas para consumir seus produtos. Assim, para eles seria mais interessante o fim da escravidão não por uma questão humanitária, mas econômica.
Exercício 07
No século XX o Brasil criou algumas leis firmando a abolição da escravidão. Sobre esse tema, assinale a alternativa INCORRETA:
a) A Lei Eusébio de Queirós, de 1850, proibia a comercialização de escravizados dentro do país. Portanto, a partir dela, só poderiam ser escravizados os indivíduos que nascessem nas próprias fazendas e que fossem filhos de mulheres escravizadas. Não seria possível o comércio de pessoas de uma fazenda para outra.
b) A Lei do Ventre Livre, de 1871, garantia a liberdade aos filhos de escravizados nascidos a partir da sua data de publicação.
c) A Lei dos Sexagenários, de 1885, garantia a liberdade para os escravizados com 60 anos ou mais.
d) A Lei Áurea, de 1888, representou o fim legal da escravidão no Brasil. Assinada pela Princesa Isabel, essa lei é fruto de todo um movimento de resistência de parte da população (em especial, escravizados e ex-escravizados) em prol desse objetivo.
e) A criação da Lei Áurea não representou o fim da luta da população negra no Brasil. Pelo contrário, apesar de livres, os agora ex-escravizados tiveram que lutar por sua sobrevivência em um contexto ainda racista e com práticas escravagistas. Os reflexos da escravidão se mantém até os dias atuais na sociedade brasileira, sendo muito visíveis nos diversos marcadores sociais apontados em pesquisas.
A Lei Eusébio de Queirós permitia a comercialização de escravizados dentro do território nacional. Era sim possível a comercialização entre fazendas.
Exercício 08
Sobre as condições da escravidão no Brasil, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Após serem capturados no continente africano, homens e mulheres eram trazidos ao Brasil nos porões de navios, atravessando o Oceano Atlântico e chegando aqui, onde seriam vendidos e escravizados.
b) Era comum a prática de castigos físicos. Esses aconteciam perante todos os outros escravizados, para que a punição de um servisse de exemplo para que os demais não repetissem o mesmo "erro".
c) Aos escravizados era permitido professar sua fé, independentemente de sua religião. Portanto, a religiosidade dos escravizados era respeitada dentro das fazendas, se tornando uma forma dos senhores de "apaziguar" os ânimos de seus cativos e impedir rebeliões.
d) As mulheres escravizadas eram exploradas também sexualmente, sendo comum o nascimento de filhos frutos de abuso sexual por parte dos homens livres.
e) Os quilombos eram locais que abrigavam escravizados que conseguiam fugir dos seus senhores. Eles se tornaram símbolo da resistência do povo africano contra o regime escravocrata.
Os escravizados eram proibidos de realizar seus ritos religiosos.
Nível difícil
Exercício 09
(ENEM) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela:
a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.
b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.
As mulheres tinham essa função comercial nas cidades, vendendo produtos para seus senhores.
Exercício 10
(Enem) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual:
a) Copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
b) Incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
c) Optava pela via legalista de libertação.
d) Priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
e) Antecipava a libertação paternalista dos cativos.
Joaquim Nabuco foi um grande defensor da liberdade das pessoas escravizadas no Brasil
Para mais exercícios:
- Exercício sobre o Brasil Colônia
- Exercícios sobre povos indígenas brasileiros (com gabarito)
- Exercícios sobre o Segundo Reinado
- Atividades sobre quilombos (para imprimir)
Leia também:
SOUZA, Thiago. 10 exercícios sobre a escravidão no Brasil (com comentários). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-escravidao-brasil/. Acesso em: