Impressionismo
O impressionismo foi uma tendência artística francesa com ênfase na pintura que ocorreu no momento da chamada "Belle Époque" (1871-1914).
Essa vertente teve um papel muito importante para a renovação da arte do século XX, sendo a grande propulsora das chamadas vanguardas europeias.
O termo "Impressionismo" é fruto da crítica a uma obra de Claude Monet, "Impressão, nascer do sol", de 1872.
Pintura impressionista
Os pintores da arte impressionista costumavam produzir suas telas ao ar livre. A intenção era capturar as tonalidades que os objetos refletiam segundo a iluminação solar em determinados momentos do dia.
Esse movimento foi um divisor de águas para a pintura. Seus artistas não se prendiam aos ensinamentos do realismo acadêmico.
No entanto, foram influenciados pelas correntes positivistas da segunda metade do século XIX, as quais primavam pela precisão e o realismo.
Esse novo estilo artístico concorria com produções acadêmicas. Para isso, havia locais fora dos circuitos tradicionais da arte, como era o caso dos Salons, onde os pintores impressionistas realizavam exposições exibindo suas telas.
Vale citar que as orientações estéticas impressionistas estão presentes nas produções gráficas, na propaganda e noutras formas de comunicação de massa. Até os dias atuais elas seguem influenciando novas estéticas.
Obras impressionistas
Selecionamos algumas obras que são ícones do movimento impressionista. Confira:
1. Almoço na Relva
Esse é um quadro de Édouard Manet, finalizado em 1863. O título original é Le Déjeuner sur l'herbe. A cena causou estranheza e polêmica na época por exibir uma jovem nua entre dois homens.
2. Almoço dos barqueiros
Essa é uma obra de Pierre-Auguste Renoir feita em 1881, e retrata um grupo de amigos. Seu título original é Le Déjeuner des canotiers.
3. Série de pintura Nenúfares
Essa obra faz parte da série de telas que o pintor Claude Monet realizou entre 1914 e 1926 representando o jardim de sua casa. As pinturas foram feitas em seus últimos anos de vida.
Características do Impressionismo
- registro das tonalidades das cores que a luz do sol produz em determinados momentos;
- figuras sem contornos nítidos;
- sombras luminosas e coloridas;
- misturas das tintas diretamente na tela, com pequenas pinceladas.
Os pintores impressionistas buscaram reproduzir as sombras de modo luminoso e colorido. O ponto de partida era a composição de efeitos visuais para a fixação do instante, tal qual a impressão visual que nos causam.
Portanto, a tonalidade preta é evitada em obras impressionistas plenas. De modo semelhante, a presença dos contrastes e de transparências luminosas auxiliam no desvanecimento da forma, percebida agora sem contornos.
Os impressionistas aboliram as temáticas históricas e mitológicas, bem como as religiosas, buscando momentos cotidianos fugazes.
Ademais, procuravam uma expressão artística que estivesse focada nas impressões da realidade em detrimento da razão e da emoção.
Como perceberam a fonte das cores nos raios solares, buscaram captar a mudança no ângulo dos mesmos e na implicação disso na alteração de cores. Procuravam também realizar as misturas cromáticas na própria tela, fixando as tintas em pequenas manchas de cor.
Isso porque a luz para os impressionistas construía a forma, captava a mesma paisagem nos diversos momentos do dia e nas várias estações do ano.
Principais artistas do Impressionismo
No grupo original dos pintores impressionistas estavam:
- Édouard Manet (1832-1883)
- Alfred Sisley (1839-1899)
- Camille Pissarro (1830-1903)
- Edgar Degas (1834-1917)
- Auguste Renoir (1841-1919)
- Claude Monet (1840-1926)
Vale lembrar que o artista Manet é considerado também um pintor do chamado Realismo.
Mulheres Impressionistas
Apesar de pouco se falar sobre as mulheres na história da arte, algumas estavam também expressando-se artisticamente. No impressionismo, houve a presença feminina não apenas como modelos, mas também como pintoras. Podemos citar alguns nomes, como:
- Berthe Morisot (1841-1895)
- Mary Cassatt (1844-1926)
- Eva Gonzalès (1849- 1883)
- Lilla Cabot Perry (1848-1933)
Impressionismo no Brasil
Após se consagrar no exterior, o Impressionismo chega ao Brasil. Nesse momento, o nacionalismo está a constituir uma “Escola Brasileira de Artes", daí não ter surtido muito impacto a princípio.
No Brasil, podemos citar como representante mais importante do impressionismo o italiano Eliseu Visconti (1866-1944), radicado no país. Atualmente, há também o pintor Washington Maguetas (1942).
Também notamos tendências impressionistas nos trabalhos de Almeida Júnior (1850-1899), Anita Malfatti (1889-1964), Georgina de Albuquerque (1885-1962) e João Timóteo da Costa (1879-1932).
Música Impressionista
A música impressionista é caracterizada por atmosferas melódicas sensuais e etéreas, que buscam retratar imagens, especialmente paisagens naturais.
Surgiu como oposição à música romântica e explorava o recurso da dissonância e escalas hexafônicas, além de composições mais curtas.
Podemos citar como compositores impressionistas os franceses Claude Debussy (1862-1918), Maurice Ravel (1875-1937), entre outros.
Literatura Impressionista
A literatura impressionista focou na descrição de impressões e aspectos psicológicos das personagens. Assim, se acrescenta detalhes para constituir as impressões sensoriais de um incidente ou cena.
A literatura impressionista tem como características a valorização das emoções e sensações, a importância da memória, com a busca por um tempo que não existe mais e o enfoque em sentimentos individuais.
Destacam-se como escritores impressionistas o francês Marcel Proust (1871-1922) e os brasileiros Graça Aranha (1868-1931) e Raul Pompeia (1863-1985).
Impressionismo e Fotografia
O advento da fotografia permitiu aos pintores se libertarem da função figurativa da imagem.
Assim, passaram a experimentar novas técnicas, levando em conta os efeitos ópticos descobertos sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador.
Isso permitiu a exploração de novos parâmetros estéticos, dando ênfase na luz e no movimento. Além disso, os pintores também influenciaram-se pela linguagem fotográfica no que diz respeito ao enquadramento e à espontaneidade.
E ainda havia alguns pintores que estavam experimentando também as técnicas fotográficas, como era o caso de Edgar Degas.
A primeira exposição foi organizada em 1874 no ateliê do fotógrafo Maurice Nadar para expor as obras experimentais de jovens pintores.
Impressionismo e Pós-Impressionismo
O pós-impressionismo é uma tendência artística que surgiu em finais do século XIX, mais precisamente a partir de 1886 - quando ocorreu a última exposição impressionista - até o surgimento do cubismo.
Nessa exposição, participaram dois pintores - Georges Seurat (1859-1891) e Paul Signac (1863-1935) - com obras que apresentavam um novo tipo de pincelada. Essa maneira inovadora de pintar ficou conhecida como Pontilhismo, na qual a tinta é depositada na tela em pequenos pontos, fragmentando totalmente a imagem.
Ainda que tenha se inspirado no impressionismo, a arte pós-impressionista revela preocupações com a subjetividade humana. Ou seja, as obras desse período expressam as emoções e sentimentos.
Essa arte é diferente da a arte impressionista, a qual é marcada pelo aspecto “superficial” de reprodução da realidade, deixando de lado olhares mais densos sobre a existência humana.
Além disso, os pós-impressionistas buscavam outras maneiras de trabalhar a cor, a luz e os conceitos de tridimensionalidade.
Na arte pós-impressionista merecem destaque os artistas: Cézanne, Gauguin, Van Gogh, Seurat, Signac e Toulouse-Lautrec.
Para saber mais sobre assuntos relacionados ao impressionismo, leia:
Quiz de História da Arte
AIDAR, Laura. Impressionismo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/impressionismo/. Acesso em: