O que é o Sionismo: entenda a história do movimento
O sionismo é um movimento nacionalista iniciado no século XIX que visou defender o retorno dos povos judeus para a ocupação do território da Palestina e a criação de um Estado Nacional judeu.
A região abriga a cidade de Jerusalém, considerada sua "Terra Santa", segundo a Bíblia. Esse território seria uma terra prometida por Deus aos judeus.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com o Holocausto, o movimento ganhou força e a ONU aprovou a criação do Estado de Israel, em 1947.
Origem do sionismo
O termo sionismo teve origem nos escritos de Nathan Birnbaum. A palavra faz referência a Sião, um dos nomes bíblicos da cidade de Jerusalém.
O primeiro teórico do Sionismo, Moses Hess, defendeu a criação de um Estado Nacional para que os povos judeus pudessem viver sua cultura sem serem oprimidos.
O movimento sionista ganhou força em 1896 nos escritos do jornalista húngaro Theodor Herzl, através da publicação de sua obra Der Judenstaat (O Estado Judeu).
Herlz afirmou que possuir seu próprio Estado daria poder aos judeus para lugar contra as perseguições que sofriam.
Em 1897, o jornalista organizou o Primeiro Congresso Sionista Mundial, na cidade de Basileia, Suíça. O objetivo do Congresso foi debater estratégias para a criação de um Estado judeu na região da Palestina.
A partir desse Congresso ficou determinado:
- O território do Estado judeu seria o mesmo de onde eles foram obrigados a fugir, no século III d.C.
- A ida de uma comissão para o território palestino, visando reconhecer o território que poderia ser ocupado.
- Ficou estabelecido que a melhor maneira de realizar a criação do Estado seria através da compra das terras a serem ocupadas
Perseguições contra os judeus: por que eles defenderam a criação de um Estado Nacional próprio?
Os povos judeus foram perseguidos e precisaram fugir dos territórios que ocupavam diversas vezes ao longo da história. Isso os levou a se espalhar pelo mundo e ter que conviver em regiões já pertencentes a outras etnias.
Isso levou esses povos a serem muitas vezes perseguidos nos locais onde viviam. A ideia da criação de um Estado Nacional própria surgiu do desejo por ocupar um espaço próprio, onde poderiam vivenciar sua cultura sem o receio de represálias ou outras formas de xenofobia.
Na narrativa bíblica são encontrados, por exemplo, trechos onde Moisés guia os hebreus (também conhecidos como israelitas e, posteriormente, judeus) pelo deserto por 40 anos, em fuga do Egito.
Foram fugas e diásporas como essa que levaram os judeus a não possuir um território que os pertencesse, sendo forçados a viver espalhados ao redor do mundo.
Essas perseguições persistiram e persistem até os dias atuais, em movimentos xenofóbicos como o antissemitismo (aversão a povos de origem semita, os quais, entre eles, se encontram os judeus).
A expressão mais forte e violenta do antissemitismo foi o Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O genocídio judeu praticado pela Alemanha nazista alavancou o discurso sionista, para que eles pudessem manifestar e viver sua cultura longe da opressão.
Do Holocausto à criação do Estado de Israel
Os judeus foram perseguidos por diferentes povos ao longo da história. Essa opressão antissemita se intensificou no século XIX, podendo ser vista em diversos países da Europa, como na Rússia e Alemanha.
Foi nesse momento que as ideias sionistas ganharam maior destaque.
Os judeus na Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o mundo presenciou o genocídio judeu praticado pela Alemanha nazista, de Adolf Hitler.
Aproximadamente 6 milhões de judeus morreram nos campos de concentração nazistas. Esse evento recebe o nome de Holocausto.
Fora a violência física, o governo alemão também perseguiu esse povo através da criação de leis segregacionistas e do confisco de bens patrimoniais.
O Holocausto e as ações nazistas provocaram um aumento da migração de judeus para a região palestina. Contudo, essa migração acabou gerando diversos conflitos com os árabes palestinos que já viviam naquela região.
O fim da guerra e a criação de Israel
Ao fim da guerra o sionismo ganhou força. O modo como o nazismo atentou contra os judeus foi visto pela opinião pública como um sinal de que a criação de um Estado Nacional judeu seria realmente necessário.
Com isso, em 1947, a recém-criada ONU aprovou, por meio da Resolução 181, a divisão do território palestino em duas regiões:
- Área judaica (ocupada por judeus);
- Área palestina (ocupada por árabes).
Em 1948 foi criado oficialmente o Estado de Israel e, assim, iniciou-se uma série de embates envolvendo esses dois povos.
Conflitos entre israelitas e palestinos
Com o passar do tempo sugiram diversos conflitos envolvendo árabes palestinos que já viviam no território e os judeus que começaram o processo de migração e ocupação desses territórios.
Esses conflitos vêm promovendo milhares de mortes nas últimas décadas.
Ao longo do tempo, desde a criação de Israel, o Estado judeu é criticado pelas ações contra palestinos e pelo domínio de seu território através de uma ocupação violenta.
Leia mais:
- Conflito Israel-Palestina
- Faixa de Gaza
- Diáspora Judaica: o que foi e suas causas
- Rio Jordão
- Holocausto: o que foi e como aconteceu
- Guerra dos Seis Dias: causas, cronologia e consequências
SOUZA, Thiago. O que é o Sionismo: entenda a história do movimento. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-e-sionismo-historia-do-movimento/. Acesso em: