População brasileira: dados demográficos, densidade e crescimento

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

O Brasil, com uma população estimada em 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024, de acordo com dados do IBGE, é o sexto país mais populoso do mundo, atrás de China, Índia, Estados Unidos, Indonésia e Paquistão.

Apesar da vasta população, o Brasil tem uma densidade demográfica relativamente baixa, com aproximadamente 25 habitantes por quilômetro quadrado, devido à sua extensa área territorial.

O Brasil tem experimentado uma desaceleração no crescimento populacional, devido à redução das taxas de fecundidade e ao aumento da expectativa de vida. Como consequência, o país enfrenta um envelhecimento progressivo da sua população, o que traz grandes desafios para áreas essenciais como saúde, previdência e assistência social.

Densidade populacional do Brasil

Mapa da densidade demográfica nos Estados brasileiros.
Mapa da densidade demográfica nos Estados brasileiros.

A densidade demográfica média do país é de aproximadamente 25 habitantes por quilômetro quadrado, indicando uma distribuição populacional desigual.

As regiões Sudeste e Nordeste concentram a maior parte da população, enquanto áreas como a Amazônia apresentam baixa densidade devido a fatores geográficos e econômicos.

A região Sudeste permanece a mais populosa, abrigando aproximadamente 42% da população nacional. Estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro destacam-se por suas grandes populações. Em contraste, estados das regiões Norte e Centro-Oeste, como Roraima e Acre, possuem menos pessoas.

Os estados mais populosos são:

  • São Paulo (45,9 milhões)
  • Minas Gerais (21,3 milhões)
  • Rio de Janeiro (17,2 milhões)
  • Bahia (14,8 milhões)
  • Paraná (11,8 milhões)

Enquanto os estados menos populosos são:

  • Roraima (716,7 mil)
  • Amapá (802,8 mil)
  • Acre (880,6 mil)

Crescimento da população brasileira

Gráfico de crescimento da população brasileira desde o século XX
Gráfico de crescimento da população brasileira desde o século XX.

Os dados demográficos do Brasil são medidos desde o período colonial, no entanto, os números apresentam baixa confiabilidade. Não existia um método efetivo de medição nem conhecimento de todo o território.

Mesmo assim, temos estimativas que apontam para mais de 6 milhões de indígenas no território, além dos portugueses e espanhóis que vieram chegando com o passar do tempo.

Com a independência em 1822 e a abolição da escravidão em 1888, o Brasil começou a receber grandes fluxos de imigrantes, sendo do interesse da Coroa Portuguesa fazer uma contagem mais eficiente da população para criar medidas que limitariam a quantidade de imigrantes.

Podemos citar como principais grupos os alemães, japoneses e italianos, que contribuíram para a formação de uma população mais diversificada e para o aumento demográfico.

Esses imigrantes foram incentivados a trabalhar nas lavouras de café e no início da industrialização, fortalecendo o crescimento populacional em regiões como o Sudeste.

No século XX, especialmente a partir de 1936, com a criação do IBGE, as formas de contabilização populacional (conhecido como Censo) se tornaram mais eficientes. O Brasil passou por um período de urbanização acelerada e crescimento econômico.

Esse movimento foi acompanhado por uma explosão demográfica, causada pelas altas taxas de natalidade e pela queda nas taxas de mortalidade, graças a avanços na saúde pública e na infraestrutura. Entre 1950 e 1980, a população brasileira mais que dobrou, marcando o auge desse crescimento.

Após este período, o Brasil começou a passar por uma desaceleração no seu crescimento, principalmente devido à melhoria na qualidade de vida, aumento do custo de vida, avanço dos métodos contraceptivos e maior inserção da mulher no mercado de trabalho.

Com o Censo de 2022, pudemos obter novas informações e entender melhor as tendências para o futuro da população brasileira:

  • Conforme projeções do IBGE, o pico populacional (máximo da população) deve ocorrer em torno do ano de 2042. A partir daí, a população começará a diminuir;
  • As grandes cidades estão ficando cada vez com menos espaço para crescimento, portanto, as pequenas e médias cidades têm apresentado percentual de crescimento superior;
  • Os estados que mais ganharam habitantes (percentualmente) foram Roraima (12,5%), Rondônia (10,4%) e Amapá (9,4%);
  • O Brasil recebe cada vez mais refugiados, principalmente da Venezuela, Cuba e Angola.
Gráfico da projeção da população brasileira até 2070.
Gráfico da projeção da população brasileira até 2070.

Saiba mais sobre o assunto em:

Formação da população brasileira

Historicamente, o povoamento do Brasil esteve ligado à expansão marítima europeia e ao tráfico de escravos africanos que isso demandou.

Entretanto, com a proibição do tráfico negreiro em 1850, inicia-se a escassez de escravos para trabalharem na lavoura. Esse fato deu início a outros tipos de migração e imigração.

Em 1930 teve início no Brasil um intenso processo de industrialização e urbanização, do qual o sudeste fora a região mais afetada por ter se envolvido precocemente no processo de industrialização. Por esse motivo, tornou-se a populosa região do país.

Nos anos 50 é a vez do desenvolvimento urbano, quando cada vez mais pessoas deixam os campos para trabalharem nas cidades, sobretudo nas regiões sudeste.

Os principais fatores foram a industrialização e a construção de Brasília na região centro-oeste a partir da década de 60.

Nas cidades existiam melhores condições de vida, como saúde e saneamento básico e, consequentemente, temos o enfraquecimento da taxa de mortalidade.

As novas qualidades urbanas e a revolução no campo da medicina geraram um alto crescimento vegetativo. Ou seja, a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade da população.

Importante lembrar que na década de 60, temos o advento da pílula anticoncepcional, a vida urbana e a entrada da mulher no mercado de trabalho. Esses fatores levaram a diminuição da taxa de natalidade no país.

Podemos notar que a dinâmica demográfica do Brasil incidiu por transformações durante as últimas décadas.

Observamos o decaimento da taxa de crescimento da população entre as décadas antecedentes a década de 1970.

Conferimos esse decaimento a uma redução acelerada da taxa de fecundidade, fenômeno esse notado em todas as regiões brasileiras, urbanas e rurais.

A direção da população brasileira, na primeira metade deste século, tanto pelo seu calibre quanto pela sua estrutura etária, já está delineada. Tanto a mudança na taxa de mortalidade quanto na de fecundidade, já estão muito adiantadas.

A pirâmide etária brasileira, que possuía uma base larga e o topo estreito, apregoando a superioridade de crianças e jovens, recentemente apresenta características de equilíbrio.

Ou seja, enquanto a população idosa (65 e mais anos de idade) acrescentará a taxas elevadas, de 2 % a 4% ao ano; a população jovem irá a diminuir.

Conforme projeções da ONU, de 3,1%, em 1970, a população idosa brasileira passará a aproximadamente 19% até 2050.

Nesse momento, coexistirão no cerne das populações jovem e adulta, subgrupos etários com crescimento negativo e positivo.

Tal qual se demonstra nas nações envelhecidas, a trajetória etária brasileira gera desafios. Se não solucionados, levarão o país a enfrentar dificuldades nas próximas décadas.

O problema do déficit previdenciário está concorrendo com o papel importante representado pelas aposentadorias na renda dos idosos, que muitas vezes são arrimos de família.

Todavia, isso é um problema, já que Estado demonstra encontrar dificuldades para honrar compromissos previdenciários.

Curiosidades

  • Há muita diferença entre a expectativa de vida dos sulistas e dos nordestinos, de forma que no sul do país as pessoas vivem mais do que no nordeste.
  • A capital menos populosa do Brasil é Palmas, no estado do Tocantins, com uma população de 302,6 mil habitantes.
  • A cidade mais populosa do Brasil é São Paulo, no Estado de São Paulo, com população de 11,4 milhões de habitantes.
  • Harmonia entre os sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres.
  • 160,8 milhões de habitantes habitam a Zona Urbana, enquanto 29,8 milhões vivem Zona Rural.
  • De acordo com as Etnias no Brasil (cor ou raça) temos: Pardos: 43,1%; Brancos: 47,7%; Negros: 7,6%; Indígenas: 0,4% e Amarelos: 1,1%.

Continue aprofundando os seus conhecimentos:

Referências Bibliográficas

LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Conecte: Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2014.

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.