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Quem fundou a Igreja Católica: entenda a história

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

É comum haver dúvidas e confusões sobre quem realmente fundou a Igreja Católica.

De acordo com a tradição cristã e a própria explicação católica, Jesus Cristo é considerado o único fundador da Igreja em seu aspecto espiritual. Durante sua vida, ele transmitiu os ensinamentos que formariam a base do cristianismo e confiou aos apóstolos a missão de difundir essa fé pelo mundo.

Dentre os apóstolos, Simão Pedro (São Pedro) teve um papel de destaque na organização da Igreja. Ele é considerado o primeiro líder da Igreja e, segundo a tradição católica, o primeiro papa.

Essa missão lhe foi atribuída pelo próprio Jesus, como registrado na passagem do Evangelho de Mateus (16:18), onde Cristo declara:

"E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela."

A partir de então, Pedro passou a ser visto como a pedra fundamental da Igreja. Esse princípio deu origem à sucessão apostólica, ou seja, a continuidade da liderança da Igreja por meio dos papas, que são considerados sucessores de São Pedro até os dias atuais.

Retrato do apóstolo São Pedro, feita entre 1610 e 1612.
Pintura que apresenta o apóstolo São Pedro, feita entre 1610 e 1612. (Wikicommons)

Os primeiros anos da Igreja Católica

No século I d.C., a Palestina, região onde Jesus nasceu, estava sob o controle do Império Romano.

Nesse local, conviviam diversos povos, como samaritanos, gregos, romanos e judeus. Foi justamente em meio à comunidade judaica que Jesus veio ao mundo.

Nos primeiros anos, os seguidores de Jesus eram, em sua maioria, judeus humildes. Entre eles, destaca-se Simão Pedro, um pescador que se tornou um dos principais apóstolos. Por meio de seus ensinamentos, Jesus atraiu um grupo crescente de adeptos que praticavam o judaísmo e esperavam o anúncio de um messias.

Visto por muitos como "Rei dos Judeus", Jesus foi condenado à morte em torno de 30 d.C. Seus seguidores, motivados pela esperança messiânica, formaram uma comunidade que continuou a missão iniciada por Cristo.

Os apóstolos passaram a pregar o Evangelho, convertendo outros judeus à fé que anunciava o retorno do messias. Essa pregação encontrou grande adesão especialmente entre os pobres e entre aqueles que falavam grego, pois essa cultura facilitava a compreensão e a aceitação de novas ideias.

O cristianismo expandiu-se por todo o mundo romano. Obteve sucesso especialmente pela mensagem de esperança e igualdade, que tocava particularmente os escravos e os excluídos da sociedade.

Entretanto, a expansão do cristianismo chamou a atenção do Império Romano. Embora os romanos fossem geralmente tolerantes com as religiões locais, o Império passou a perseguir os cristãos. Isso ocorreu devido à recusa destes em reconhecer a divindade do imperador e à ideia revolucionária de que todos eram iguais perante Deus.

Durante mais de dois séculos, os cristãos sofreram perseguições, com proibição do culto e execuções públicas.

Essa relação mudou apenas no século IV d.C., em meio à crise interna do Império Romano. Tentando estabilizar seus territórios, o Imperador Constantino assinou o Édito de Milão, em 313 d.C., garantindo liberdade de culto aos cristãos.

Além disso, Constantino, que se batizou no final da vida, interveio ativamente nas questões internas do cristianismo. Ele convocou o Concílio de Nicéia (325 d.C.) para discutir e definir as diretrizes básicas da nova doutrina, um passo decisivo para a consolidação e a organização institucional da Igreja.

Ilustração do Concílio de Nicéia. Na imagem, várias autoridades cristãs do mundo romano reunidas numa sala.
Representação do Concílio de Nicéia. Ilustração datada de 1591 (Wikicommons.)

Essas medidas tinham como intuito reduzir as disputas religiosas e aproveitar a popularidade do cristianismo para fortalecer a autoridade do Imperador.

Constantino fundou a Igreja Católica?

Não é correto afirmar que Constantino fundou a Igreja Católica.

Embora o imperador romano Constantino tenha desempenhado um papel fundamental na institucionalização e expansão do cristianismo, é um equívoco atribuir a ele a fundação da Igreja.

É importante lembrar que a Igreja já possuía séculos de história antes da atuação do imperador romano. Personagens como os apóstolos, bispos e evangelistas já exerciam um papel fundamental na formação do que hoje conhecemos como Igreja Católica.

Além disso, sua fundação espiritual remonta a Jesus Cristo, que confiou a seus discípulos a missão de propagar seus ensinamentos e estabelecer comunidades de fiéis.

Constantino, ao reconhecer e apoiar o cristianismo, contribuiu para que ele se consolidasse como uma instituição estruturada e influente dentro do Império Romano. No entanto, suas raízes estão na missão de Cristo e na pregação dos apóstolos, muito antes da atuação do imperador.

Linha do tempo sobre como foi o processo de fundação da igreja católica

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Referências Bibliográficas

CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos. Uma história da Igreja Cristã. São Paulo: Vida Nova, 1995.

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2002.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.