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Questões de História do Brasil no Enem

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A história do Brasil é o tema principal da prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Capacidade interpretativa, conexões com Geografia, Filosofia e Sociologia e análise de fontes diversas são as principais habilidades exigidas do candidato.

Preparamos uma seleção de 15 questões de História do Brasil no Enem com gabarito comentado para você revisar e medir seus conhecimentos nessa área.

Bom estudo!

Questão 1

(Enem/2018) A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em 13 de junho de 1645, dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica.

VAINFAS, R. Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n. 27, 2009.

O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a)

a) fraqueza bélica dos protestantes batavos.
b) comércio transatlântico da África ocidental.
c) auxílio financeiro dos negociantes flamengos.
d) diplomacia internacional dos Estados ibéricos.
e) interesse econômico dos senhores de engenho.

Alternativa correta: e) interesse econômico dos senhores de engenho.

Atenção! A resposta dessa pergunta já está no texto. Notem que ele menciona a alegria dos luso-brasileiros em terem perdoadas suas dívidas com os holandeses. Portanto, os senhores de engenho voltariam a apoiar os portugueses por conta desta facilidade econômica.

a) ERRADA. Os holandeses, também conhecidos como batavos, estavam bem armados.
b) ERRADA. O comércio entre a África e o Brasil não foi interrompido durante a ocupação holandesa.
c) ERRADA. "Flamengos" é um sinônimo para holandeses. No texto citado está claro quem auxiliou com dinheiro foram os portugueses e não os flamengos.
d) ERRADA. Portugal já tinha se separado da Espanha, portanto não havia interesse da diplomacia ibérica, somente da portuguesa.

Questão 2

(Enem/2017) Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa da Mina (Nagô de Nação), de nome Luíza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, geniosa, insofrida. Dava-se ao comércio – era quitandeira, muito laboriosa e, mais de uma vez, na Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreição de escravos, que não tiveram efeito.

[AZEVEDO, E. “Lá vai verso!”: Luiz Gama e as primeiras trovas burlescas de Getulino.

ln: CHALHOUB, S.; PEREIRA, L. A. M. A história contada: capítulos de história social da literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998, adaptado.

Nesse trecho de suas memórias, Luiz Gama ressalta a importância dos(as)

a) laços de solidariedade familiar.
b) estratégias de resistência cultural.
c) mecanismos de hierarquização tribal.
d) instrumentos de dominação religiosa.
e) limites da concessão de alforria.

Alternativa correta: b) estratégias de resistência cultural.

O autor menciona as estratégias para sua mãe conservar sua identidade como negra: não se batizou, nem aceitou a catequese e ainda era visada pela polícia por conspirar. Tudo isso fazia parte da estratégia dos negros escravizados para manter suas tradições dentro de uma sociedade majoritariamente branca.

a) ERRADA. A família não é citada nesse trecho das memórias de Luiz Gama.
c) ERRADA. Não é mencionada nenhuma tribo ou sua hierarquização na citação.
d) ERRADA. A recusa do batismo e o fato de Luísa Mahin ser pagã poderia confundir, mas vemos que a religião é destacada do ponto de vista de Luísa Mahin e não como "instrumentos de dominação religiosa".
e) ERRADA. Luísa Mahin era livre, portanto não precisava da alforria, que, além disso, não é mencionada no texto.

Questão 3

(Enem/2016) A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças dessa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da Justiça do Trabalho é também resultante da montagem dessa regulação. O poder normativo também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937.

ROMITA, A. S. Justiça do Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

A criação da referida instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo:

a) Legitimar os protestos fabris.
b) Ordenar os conflitos laborais.
c) Oficializar os sindicatos plurais.
d) Assegurar os princípios liberais.
e) Unificar os salários profissionais

Alternativa correta: b) Ordenar os conflitos laborais

A política trabalhista de Vargas consistia em harmonizar os interesses de patrões e trabalhadores. Enquanto promulgava leis trabalhistas a fim de garantir o apoio da população, favorecia os grandes empresários. Neste contexto, é criada a Justiça do Trabalho, que seria o órgão máximo para resolver as infrações cometidas.

a) ERRADA. A legislação trabalhista não promove a legitimação de protestos fabris.
c) ERRADA. A Justiça do Trabalho não pretendia "oficializar os sindicatos plurais" e sim regular os direitos de trabalhadores e patrões.
d) ERRADA. A política de econômica de Vargas não se caracterizava por ser liberal, pois tinha um forte componente de intervencionismo estatal.
e) ERRADA. A Justiça do Trabalho não tinha competência para as questões salarias.

Questão 4

(Enem/2014)

TEXTO l

O presidente do jornal de maior circulação do país destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 1 set. 2013 (adaptado).

TEXTO II

Nada pode ser colocado em compensação à perda das liberdades individuais. Não existe nada de bom quando se aceita uma solução autoritária.

FICO, C. A educação e o golpe de 1964. Disponível em: www.brasilrecente.com. Acesso em: 4 abr. 2014 (adaptado).

Embora enfatizem a defesa da democracia, as visões do movimento político-militar de 1964 divergem ao focarem, respectivamente:

a) Razões de Estado – Soberania popular.
b) Ordenação da Nação – Prerrogativas religiosas.
c) Imposição das Forças Armadas – Deveres sociais.
d) Normatização do Poder Judiciário – Regras morais.
e) Contestação do sistema de governo – Tradições culturais.

Alternativa correta: a) Razões de Estado – Soberania popular.

Uma questão onde se deve usar conhecimento histórico e interpretação de texto.

O primeiro trecho defende que o golpe de 1964 foi necessário, pois permitiu ao Estado controlar a sociedade e beneficiá-la economicamente. Por sua parte, o segundo texto rejeita uma solução autoritária e privilegia a vontade popular. Assim, a opção "a" é a que contempla essas duas vertentes.

b) ERRADA: A religião sequer é citada no trecho.
c) ERRADA. A intervenção das Forças Armadas aparece no texto I, mas não os deveres sociais.
d) ERRADA. Nem a Justiça, nem as regras morais são mencionadas nos textos.
e) ERRADA. Nem a contestação ao governo, nem as tradições culturais figuram nos textos.

Questão 5

(Enem/2014) A transferência da corte trouxe para a América portuguesa a família real e o governo da Metrópole. Trouxe também, e sobretudo, boa parte do aparato administrativo português. Personalidades diversas e funcionários régios continuaram embarcando para o Brasil atrás da corte, dos seus empregos e dos seus parentes após o ano de 1808.

NOVAIS, F. A.; ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1997.

Os fatos apresentados se relacionam ao processo de independência da América portuguesa por terem

a) incentivado o clamor popular por liberdade.
b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.
c) motivado as revoltas escravas contra a elite colonial.
d) obtido o apoio do grupo constitucionalista português.
e) provocado os movimentos separatistas das províncias.

Alternativa correta: b) enfraquecido o pacto de dominação metropolitana.

A vinda da administração metropolitana para a América Portuguesa fez com que a elite colonial sentisse que era possível administrar o Estado e dispensar os portugueses do governo. Também cooperou a igualdade jurídica do Brasil a Portugal em 1815.

a) ERRADA. A transferência da Corte, por si mesma, não influenciou na busca pela liberdade em relação a Portugal.
c) ERRADA. Não houve revoltas escravas provocadas pela transferência da Corte.
d) ERRADA. O grupo constitucionalista português não apoiou a independência do Brasil.
e) ERRADA. Este fato não provocou os movimentos separatistas nas províncias.

Questão 6

(Enem/2014) O problema central a ser resolvido pelo Novo Regime era a organização de outro pacto de poder que pudesse substituir o arranjo imperial com grau suficiente de estabilidade. O próprio presidente Campos Sales resumiu claramente seu objetivo: “É de lá, dos estados, que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam agitadas nas ruas da capital da União. A política dos estados é a política nacional”.

(CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987 (adaptado).)

Nessa citação, o presidente do Brasil no período expressa uma estratégia política no sentido de

a) governar com a adesão popular.
b) atrair o apoio das oligarquias regionais.
c) conferir maior autonomia às prefeituras.
d) democratizar o poder do governo central.
e) ampliar a influência da capital no cenário nacional.

Alternativa correta: b) atrair o apoio das oligarquias regionais.

A questão retrata claramente o poder que os estados, e não o governo central, possuíam no Brasil. Desta forma, o presidente Campo Sales afirma que precisa do apoio dos governadores para poder governar o Brasil, no fenômeno conhecido como "política dos governadores".

a) ERRADA. O discurso é dirigido às elites estaduais e não ao povo.
c) ERRADA. Esta atitude era o inverso do que estava ocorrendo e não houve concessão de poder às prefeituras.
d) ERRADA. Não aconteceu a democratização do poder central, pois este era dividido pelas elites estaduais.
e) ERRADA. Também não houve nenhuma ampliação da capital no cenário nacional.

Questão 7

(Enem/2017) Getúlio libertou o povo, e são 8 horas de trabalho e só. Não tinha que trabalhar dia e noite mais não. Getúlio é que fez as leis. A princesa Isabel assinou a libertação, mas quem nos libertou do jugo da escravatura, do chicote, do tronco, foi Getúlio, Getúlio Dornelles Vargas. Papai falava assim: “Meu filho. Nunca houve no mundo governo igual a esse, meu filho”.Relato de Cornélio Cancino, 82 anos, descendente de ex-escravos, Juiz de Fora (MG), 9 maio 1995.

In: MATTOS, H.; RIOS, A. L. (Org.). Memórias do cativeiro: família,trabalho e cidadania no pós-Abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado).

A construção da memória apresentada no texto remete ao seguinte aspecto da referida experiência política:

a) Enaltecimento do sentimento pátrio, ligado à consolidação da democracia.
b) Fortalecimento da ideologia oficial, limitada à dimensão da escola.
c) Legitimação de coligações partidárias, vinculadas à utilização do rádio.
d) Estabelecimento de direitos sociais, associados à propaganda do Estado.
e) Desenvolvimento de serviços públicos, submetidos à direção dos coronéis.

Alternativa correta: d) Estabelecimento de direitos sociais, associados à propaganda do Estado.

Uma questão que exige do candidato não só conhecimentos históricos, mas também capacidade interpretativa. A promulgação das leis trabalhistas, no governo Getúlio Vargas, entraria para sempre no imaginário histórico do Brasil e apagaria aspectos negativos como a falta de eleições e a censura.

a) ERRADA. O trecho não menciona o sentimento patriótico e não houve consolidação da democracia neste período.
b) ERRADA. Apesar do reforço à ideologia oficial no período Vargas, não existe menção à escola na fala do depoente.
c) ERRADA: Não havia partidos políticos durante o Estado Novo.
e) ERRADA. O coronelismo foi desmontado, em parte, por Getúlio Vargas durante seu governo.

Questão 8

(Enem/2017) Uma área de cerca de 101,7 mil metros quadrados, com um pátio ferroviário e uma série de armazéns de açúcar abandonados pelo poder público. Quem olha de fora vê apenas isso, mas quem conhece a história do Cais José Estelita sabe que o local faz parte da história de Recife, sendo um dos cartões-postais e um dos poucos espaços públicos que restam na capital pernambucana.

E é por isso que um grupo está lutando para evitar que as construções sejam demolidas por um consórcio de grandes construtoras para construção de prédios comerciais e residenciais.

BUENO, C. Ocupe Estelita: movimento social e cultural defende marco histórico de Recife. Ciência e Cultura, n. 4, 2014.

A forma de atuação do movimento social relatado evidencia a sua busca pela

a) revitalização econômica do lugar.
b) ampliação do poder de consumo.
c) preservação do patrimônio material.
d) intensificação da geração de empregos.
e) criação de espaços de autossegregação.

Alternativa correta: c) preservação do patrimônio material.

A expansão das cidades traz consigo a destruição de edificações antigas que contam sua história. Desta maneira, o grupo se reúne para impedir que parte deste marco desapareça por conta da especulação imobiliária.

a) ERRADA. As intenções do grupo são contrárias a revitalização econômica da área como é proposta pelas construtoras.
b) ERRADA. O objetivo não é ampliar o consumo, mas sim preservar a história da cidade.
d) ERRADA. Não há nenhuma proposta de aumento de emprego no trecho citado.
e) ERRADA. O propósito do grupo é criar um espaço democrático através da preservação da história e não a autossegregação.

Questão 9

(Enem/2017) Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os quais os “brasileiros” apagavam as fogueiras “portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas.

VAINFAS, R. (Org.). Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008 (adaptado).

Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política. Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela

a) estímulos ao racismo.
b) apoio ao xenofobismo.
c) críticas ao federalismo.
d) repúdio ao republicanismo.
e) questionamentos ao autoritarismo.

Alternativa correta: e) questionamentos ao autoritarismo.

Com a centralização do poder em Dom Pedro I e a crise dinástica pelo trono português, os brasileiros passaram a questionar as ações cada vez mais centralizadoras do monarca expressando seu descontentamento com violência.

Assim, recebem Dom Pedro I com frieza em Minas Gerais e atacando os portugueses no Rio de Janeiro.

s) ERRADA. O texto não tem nenhuma menção ao racismo, pois as lutas ocorriam mais por motivação ideológicas.
b) ERRADA: Xenofobia quer dizer ódio ao estrangeiro e não é o caso do exposto no texto. Note que a palavra português está entre aspas, indicando que se trata mais uma categoria política do que uma nacionalidade.
c) ERRADA. O federalismo era uma corrente política que não era defendida por Dom Pedro I, portanto não pode ser esta alternativa.
d) ERRADA. A opção republicana não era criticada, pois na época ela praticamente não existia,

Questão 10

(Enem/2012) Diante dessas inconsistências e de outras que ainda preocupam a opinião pública, nós, jornalistas, estamos encaminhando este documento ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, para que o entregue à Justiça; e da Justiça esperamos a realização de novas diligências capazes de levar à completa elucidação desses fatos e de outros que porventura vierem a ser levantados.

Em nome da verdade. In: O Estado de São Paulo, 3 fev. 1976. Apud. FILHO, I. A. Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999.

A morte do jornalista Vladimir Herzog, ocorrida durante o regime militar, em 1975, levou a medidas como o abaixo-assinado feito por profissionais da imprensa de São Paulo. A análise dessa medida tomada indica a

a) certeza do cumprimento das leis.
b) superação do governo de exceção.
c) violência dos terroristas de esquerda.
d) punição dos torturadores da polícia.
e) expectativa da investigação dos culpados.

Alternativa correta: e) expectativa da investigação dos culpados.

Mais uma questão onde não é preciso conhecimentos históricos para respondê-la, e sim a capacidade de interpretar o texto. Aqui, os jornalistas esperam que a Justiça - mesmo limitada pela ditadura militar - saiba cumprir o seu papel e investigar a morte de Herzog.

a) ERRADA. "Certeza", neste texto, seria exagerado, pois os jornalistas têm esperança que a justiça seja feita.
b) ERRADA. Os jornalistas não falam de política no trecho acima.
c) ERRADA. Herzog não foi assassinado por terroristas de esquerda.
d) ERRADA. Não é mencionada a "punição dos torturadores da polícia", pois o texto é um pedido para que se investigue o caso pela Justiça.

Questão 11

(Enem/2010) Essa medida, decretada pelo príncipe D. João de Bragança, praticamente eliminou o exclusivo metropolitano sobre o comércio da Colônia, desferindo um golpe mortal no Pacto Colonial luso, além de constituir o primeiro grande passo para a independência efetiva do Brasil. Trata-se da(o):

a) Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas.
b) Grito do Ipiranga.
c) Alvará de Liberdade Industrial.
d) Elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves.
e) Fundação do Banco do Brasil.

Alternativa correta: a) Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas.

A Abertura dos Portos, em 1808, significou o fim do monopólio comercial entre o Brasil e Portugal e, portanto, o término do Pacto Colonial.

b) ERRADA: O Grito do Ipiranga é um episódio relacionado a Independência do Brasil.
c) ERRADA. O Alvará da Liberdade Industrial não está relacionado, diretamente, ao comércio entre nações e sim a uma determinação interna.
d) ERRADA. A elevação do Brasil ao Reino Unido foi uma consequência do fim do pacto colonial ou seja, da Abertura do Portos às nações amigas.
e) ERRADA. A criação do Banco do Brasil também e consequência e não a causa do fim do pacto colonial em um terrirório que já pode ser considerado autônomo.

Questão 12

(Enem/2012) De acordo com um estudo recente, na Bahia, entre 1680 e 1797, de 160 filhas nascidas em 53 famílias de destaque, mais de 77% foram enviadas a conventos, 5% permaneceram solteiras e apenas 14 se casaram. Tendo em vista que, no período colonial, mesmo entre pessoas livres, a população masculina era maior que a feminina, esses dados sugerem que...

a) os senhores-de-engenho não deixavam suas filhas casarem com pessoas de nível social e econômico inferior.
b) entre as mulheres ricas, a devoção religiosa era mais intensa e fervorosa do que entre as mulheres pobres.
c) os homens brancos preferiam manter sua liberdade sexual a se submeterem ao despotismo dos senhores-de-engenho.
d) a vida na colônia era tão insuportável para as mulheres que elas preferiam vestir o hábito de freiras na Metrópole.
e) a sociedade colonial se pautava por padrões morais que privilegiavam o sexo e a beleza e não o status e a riqueza.

Alternativa correta: a) os senhores-de-engenho não deixavam suas filhas casarem com pessoas de nível social e econômico inferior.

A sociedade colonial era muito estratificada e para que se pudesse permanecer assim, os senhores de engenho preferiam que suas filhas fosse para um convento do que se casarem com alguém de outro nível social.

b) ERRADA. Nesta época, a entrada ao convento poderia se dava mais por convenção social do que devoção religiosa.
c) ERRADA. Independente de contrair ou não matrimônio, os homens brancos mantinham sua liberdade sexual e por isso, o casamento não seria um impedimento para o mesmo.
d) ERRADA. Os papéis reservado para a mulher branca, na sociedade colonial, eram poucos. Se não se casassem, o único meio de manter seu status social era entrando na vida religiosa.
e) ERRADA. A sociedade colonial privilegiava o status e a riqueza.

Questão 13

(Enem/2006) A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renuncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.

A partir dessas informações, relativas à historia republicana brasileira, assinale a opção correta:

a) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da Republica.
b) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.
c) Apos duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.
d) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.
e) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

Alternativa correta: e) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

A resposta já está no enunciado da questão. Em 1954, Getúlio Vargas cometeu suicídio, JK teve que enfrentar uma rebelião antes da posse, Jânio Quadros renunciou e Jango foi deposto pelos militares.

a) ERRADA. Jango não terminou o mandato porque houve o golpe militar em 1964.
b) ERRADA. A primeira grande crise da República ocorreu já no segundo ano do regime quando Deodoro se desentendeu com o Câmara dos deputados.
c) ERRADA. Vargas não foi eleito após dois governos militares e sim depois do mandato de Eurico Gaspar Dutra.
d) ERRADA. Ao contrário, pois a morte de Vargas marca a ascensão política de Goulart.

Questão 14

(ENEM-2004) Constituição de 1824: “Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado privativamente ao Imperador (…) para que incessantemente vele sobre a manutenção da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”

Frei Caneca: “O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do imperador.” (Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)

Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo Imperador em 1824 era

a) adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores eram escolhidos pelo Imperador.
b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da sociedade nas duas esferas do poder legislativo.
c) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.
d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar os deputados representantes da Nação.
e) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da representação política.

Alternativa correta: c) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder representativo da sociedade.

O Poder Moderador causava críticas porque era um instrumento que podia ser usado exclusivamente pelo Imperador, ainda que em casos excepcionais. Por isso, era visto como autoritário por pessoas como Frei Caneca.

a) ERRADA. Primeiro, os senadores eram eleitos de maneira indireta por cada uma das províncias e, em seguida, uma lista com três nomes era encaminhada ao imperador. Somente aí eram escolhidos pelo mesmo.
b) ERRADA. Este pensamento era o do Imperador que realmente via o Poder Moderador como algo vantajoso para o Brasil. No entanto, pessoas com Frei Caneca, pensavam que isto era prova do autoritarismo de Dom Pedro I.
d) ERRADA. O Poder Moderador era um instrumento para ser usado nos momentos de crise política.
e) ERRADA. Frei Caneca não opinava que o Poder Moderador era usado em benefício da nação como deixa expresso na sua declaração.

Questão 15

(Enem/2000) O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho de um escravo. “Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o Império retornasse.” (MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João, 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:

a) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à Abolição.
b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.

Alternativa correta: d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.

a) ERRADA. O escravo João tocava o sino em vários ocasiões, não somente aos fatos ligados á Abolição.
b) ERRADA. O Império não retornou, por isso ele não poderia tocar o sino.
c) ERRADA. Assim como João tocou pela guerra do Paraguai, ele também tocaria pela República, que era um fato importante.
e) ERRADA. A princesa Isabel nunca voltou ao Brasil, pois morreu exilada.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.