Entenda o que foi a Revolução Constitucionalista de 1932 (resumo)
A Revolução Constitucionalista de 1932, Revolução de 1932 ou Guerra Paulista foi o primeiro grande levante contra a administração de Getúlio Vargas e também o último grande conflito armado ocorrido no Brasil.
As elites paulistas buscavam reconquistar o comando político que haviam perdido com a Revolução de 1930, pediam a convocação de eleições e a promulgação de uma Constituição.
O dia da Revolução Constitucionalista é celebrado em 9 de julho e é feriado no estado de São Paulo.
Resumo da Revolução Constitucionalista de 1932
Para muitos historiadores, o termo "revolução" para o movimento constitucionalista de 1932 não é o mais adequado. Isso porque foi um movimento planejado pelas elites, cabendo melhor o termo "revolta" para descrevê-lo.
A revolta, que ocorreu no estado de São Paulo contra o governo de Getúlio Vargas, foi uma resposta paulista à Revolução de 1930, a qual acabou com a autonomia dos estados garantidas pela Constituição de 1891.
Os insurgentes exigiam do Governo Provisório a elaboração de uma nova Constituição e a convocação de eleições para presidente.
Mobilização pela Revolução Constitucionalista
A revolta se iniciou no dia 9 de julho e foi liderada pelo interventor do estado - cargo equivalente ao de governador - Pedro de Toledo (1860-1935).
Os paulistas fizeram uma grande campanha usando jornais e rádios, conseguindo mobilizar boa parte da população.
Houve mais de 200 mil voluntários, sendo 60 mil combatentes. Por outro lado, enquanto o movimento ganhava apoio popular, 100 mil soldados do governo Vargas partiram para enfrentar os paulistas.
Combates militares
Os paulistas esperavam o apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. No entanto, ambos os estados não aderiram à causa.
Em pouco tempo, São Paulo, que planejava uma ofensiva rápida contra a capital, se viu cercado de tropas federais. Assim, apelaram à população para doarem ouro a fim comprar armamentos e alimentar as tropas.
No total, foram 87 dias de combates, de 9 de julho a 4 de outubro de 1932, sendo os últimos enfrentamentos ocorridos dois dias depois da rendição paulista.
Em 2 de outubro, na cidade de Cruzeiro, as tropas paulistas se rendem ao líder da ofensiva federal e no dia seguinte, 3 de outubro, assinam a rendição.
Causas da Revolução de 1932
A Revolução de 1930 depôs o presidente Washington Luís (1869-1947) e impediu a posse do paulista Júlio Prestes (1882-1946), levando Getúlio Vargas ao poder.
Embora tivessem perdido sua hegemonia política, os paulistas apoiaram Vargas com a esperança de que ele convocasse eleições para a Constituinte e para presidente.
No entanto, o tempo passava e isso não acontecia. Os paulistas ficaram incomodados com isso porque Vargas havia retirado os governadores dos estados e nomeado interventores, próximos a ele.
O que eles queriam era ter o direito de eleger o próprio interventor, o que aconteceria apenas com a conclusão da nova constituição.
Desta maneira, uma forte oposição ao governo Vargas foi iniciada pelos fazendeiros paulistas.
Além disso, houve também grande participação de estudantes universitários, comerciantes e profissionais liberais, que exigiam convocação de eleições.
Assim, no dia 23 de maio de 1932, aconteceu um ato político a favor de eleições, no centro de São Paulo. A polícia reprime um grupo de manifestantes e causa a morte de quatro estudantes: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
O fato revolta a sociedade paulista e as iniciais dos jovens - M.M.D.C. - tornam-se um dos símbolos do movimento.
Consequências da Revolução Constitucionalista
Foi registrado um saldo oficial de 934 mortos, embora estimativas não oficiais reportem até 2200 falecidos. Apesar da derrota no campo de batalha, politicamente o movimento atingiu seus objetivos.
A luta pela constituição foi fortalecida e, em 1933, as eleições foram realizadas, colocando o civil Armando Sales (1887-1945) como governador do estado, em 1935.
Igualmente, em 1934 foi reunida a Assembleia Constituinte que faria a nova Carta Magna do país, promulgada no mesmo ano. Esta seria a mais curta das constituições que o Brasil já teve, pois foi suspensa com o golpe que instituiu o Estado Novo, em 1937.
Até hoje, o dia 9 de julho é uma data comemorada por todo estado de São Paulo e lembrada em diversos monumentos.
O Obelisco do Ibirapuera, por exemplo, é o monumento funerário do movimento e abriga os restos mortais daqueles que morreram na Revolução. Ali também estão os corpos de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
Leia também:
BEZERRA, Juliana. Entenda o que foi a Revolução Constitucionalista de 1932 (resumo). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/revolucao-de-1932/. Acesso em: