Victor Brecheret
Vittorio Breheret ou Victor Brecheret (nome pelo qual ficou conhecido após se naturalizar brasileiro) foi um renomado escultor ítalo-brasileiro que fez parte da vanguarda artística brasileira durante a primeira metade do século XX.
De fato, Brecheret foi o principal responsável pela iniciação da escultura brasileira no movimento modernista internacional.
Sob forte influência da escultura de Auguste Rodin (1840-1917), Victor Brecheret recusava o academicismo artístico e se alinhava a movimentos como o construtivista, expressionista e cubista.
Possuía uma estética pós-impressionista, caracterizada pelo volume geométrico da escultura bem como pelo tratamento sintético das formas. Muitas de suas obras se encontram expostas em locais públicos, principalmente pela cidade de São Paulo.
Biografia de Victor Brecheret
Nascido na cidade italiana de Farnese, no dia 15 de dezembro de 1894, “Vittorio Breheret” era filho de Augusto Breheret e Paolina Nanni. Contudo, foi criado pelo tio materno, Enrico Nanni, após a morte de sua mãe.
Emigrou para o Brasil em 1904. No ano de 1912, ingressou no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo para aprender desenho e modelagem, bem como técnicas de entalhe em gesso e mármore.
No ano seguinte (1913), Brecheret se muda para Roma, onde irá permanecer por seis anos estudando escultura.
Foi nessa época que o escultor teve os primeiros contatos com os artistas das vanguardas europeias. Os primeiros frutos viriam em 1916, quando ganha o primeiro prêmio na Exposição de Belas-Artes em Roma, com a obra "Despertar".
Em 1919, Victor cria seu ateliê em São Paulo, onde logo é descoberto por artistas vanguardistas brasileiros como Oswald de Andrade (1890-1954), Mário de Andrade (1893-1945), Di Cavalcanti (1897-1976), dentre outros.
Dois anos depois, (1921), Brecheret é agraciado com uma bolsa e viaja para Paris, onde permanece até 1935.
Em 1922, Victor Brecheret participou com dezenas de obras na Semana de Arte Moderna, quando teve suas esculturas expostas no Teatro Municipal de São Paulo.
Em 1923, o artista recebe uma encomenda do governo do Estado de São Paulo: a execução do Monumento às Bandeiras, a qual levaria mais de trinta anos para ser concluída.
Este monumento foi inaugurado em 1953 e está exposto no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A obra representa os bandeirantes que fizeram incursões pelo território brasileiro. Atualmente a escultura é alvo de críticas e protestos contra a exploração indígena e o passado de exploração brasileiro.
Sua primeira exposição individual viria em 1926, na capital paulista.
No ano de 1932, Brecheret torna-se sócio-fundador da “Sociedade Pró-Arte Moderna” e, em 1941 é vencedor no concurso pela execução do Monumento ao Duque de Caxias. É neste período que o escultor amadurece plenamente, quando passa a evocar elementos estéticos da cultura indígena brasileira.
Em 1950 e 1952, o modernista expõe na XXV e XXVI Bienais de Veneza. Irá expor também na “1ª Bienal Internacional de São Paulo” (1951), quando foi premiado como melhor escultor nacional.
Em 1955, expõe na 3ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 1957, é homenageado postumamente com sala especial na 4ª Bienal.
Victor Brecheret falece em São Paulo no dia 17 de dezembro de 1955, vítima de um Infarto agudo do miocárdio.
Para saber mais: Vanguardas Europeias e Semana de Arte Moderna
Principais obras de Victor Brecheret
Segue abaixo as obras de Victor Brecheret que merecem destaque:
- Despertar (1916)
- As esculturas Ídolo e Eva (1919)
- Diana Caçadora (1920)
- Monumento às Bandeiras (1920-1953)
- Monumento ao Duque de Caxias (1941)
- Drama Marajoara (1951)
- Drama Amazônico (1955)
AIDAR, Laura. Victor Brecheret. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/victor-brecheret/. Acesso em: