Probabilidade
A teoria da probabilidade é o campo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios. Através dela, é possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer.
Um experimento aleatório é aquele que não é possível conhecer qual resultado será encontrado antes de realizá-lo.
Quando calculamos a probabilidade, estamos associando um grau de confiança à ocorrência dos resultados possíveis de experimentos, cujos resultados não podem ser determinados antecipadamente. Assim, a probabilidade é a medida da chance de algo acontecer.
O cálculo da probabilidade associa a ocorrência de um resultado a um valor que varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1 estiver o resultado, maior é a certeza da sua ocorrência.
Um exemplo de experimento aleatório é jogar um dado para o alto. Ao cair, não é possível prever com total certeza qual das 6 faces estará voltada para cima.
O cálculo da probabilidade é uma divisão entre a quantidade de casos favoráveis à ocorrência do evento e o total de casos possíveis.
No exemplo do dado, se queremos conhecer a probabilidade da face 2 estar voltada para cima, este é o único caso favorável. O número total de casos possíveis é seis, por ser a quantidade de faces no dado.
A probabilidade de sair a face 2 é:
1 / 6 = 0,16666 …
Em porcentagem, são aproximadamente 16,6%.
Para facilitar o cálculo da probabilidade, podemos recorrer a uma fórmula que nos auxilia a organizar as informações.
Fórmula da Probabilidade
Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis.
Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis:
Sendo:
P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A.
n(A): número de casos favoráveis ou, que nos interessam (evento A).
n(Ω): número total de casos possíveis.
O resultado calculado também é conhecido como probabilidade teórica.
Para expressar a probabilidade na forma de porcentagem, basta multiplicar o resultado por 100.
Exemplo 1
Se lançarmos um dado perfeito, qual a probabilidade de sair um número menor que 3?
Resolução
Sendo o dado perfeito, todas as 6 faces têm a mesma chance de caírem voltadas para cima. Vamos então, aplicar a fórmula da probabilidade.
Para isso, devemos considerar que temos 6 casos possíveis (1, 2, 3, 4, 5, 6) e que o evento "sair um número menor que 3" tem 2 possibilidades, ou seja, sair o número 1 ou 2. Assim, temos:
Para responder na forma de uma porcentagem, basta multiplicar por 100.
Portanto, a probabilidade de sair um número menor que 3 é de 33%.
Exemplo 2
O baralho de cartas é formado por 52 cartas divididas em quatro naipes (copas, paus, ouros e espadas) sendo 13 de cada naipe. Dessa forma, se retirar uma carta ao acaso, qual a probabilidade de sair uma carta do naipe de paus?
Solução
Ao retirar uma carta ao acaso, não podemos prever qual será esta carta. Sendo assim, esse é um experimento aleatório.
Neste caso, temos 13 cartas de paus que representam o número de casos favoráveis.
Substituindo esses valores na fórmula da probabilidade, temos:
Ou, multiplicando o resultado por 100:
Espaço Amostral
O espaço amostral é o conjunto de todos os resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório.
Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este baralho.
Da mesma forma, o espaço amostral ao lançar uma vez um dado, são as seis faces que o compõem:
Ω = {1, 2, 3, 4, 5, 6}.
A quantidade de elementos em um conjunto chama-se cardinalidade, expressa pela letra n seguida do símbolo do conjunto entre parênteses. Assim, a cardinalidade do espaço amostral do experimento lançar um dado é n(Ω)=6.
O espaço amostral é composto de cada resultado possível. Ao lançar uma moeda o espaço amostral será:
Ω = {cara, coroa}
Sua cardinalidade, o número de elementos, é igual a 2.
n(Ω) = e
Em muitas situações é importante descrever os elementos do espaço amostral, como nos exemplos da moeda e do dado. Cada um destes resultados é um ponto amostral do conjunto universo.
Se cada um dos pontos amostrais, ou, resultados possíveis, possuírem a mesma probabilidade de ocorrer, dizemos que este espaço amostral é equiprovável.
Como exemplo, tomemos uma urna com 4 esferas de mesmo tamanho e de cores: amarela, azul, preta e branca. Ao sortear uma ao acaso, qual a probabilidade de sortear a bola de uma cor qualquer?
Sendo um experimento honesto, todas as cores possuem a mesma chance de serem sorteadas, sendo o espaço amostral equiprovável.
Uma vez definidos o que é experimento aleatório e espaço amostral, para calcular uma probabilidade, é preciso fazer uma pergunta. Esta pergunta define o conceito de evento
Eventos na probabilidade
Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um experimento aleatório.
Voltemos ao exemplo do lançamento de um dado de seis faces. Podemos definir o seguinte evento:
Qual a probabilidade de sair um número par?
O conjunto evento seria: A={2,4,6} de cardinalidade n(A)=3
Para um mesmo experimento podemos definir muitos eventos e calcular a probabilidade que ocorram. Há alguns tipos especiais de eventos.
Evento certo
O conjunto do evento é igual ao espaço amostral, ou seja, possuem os mesmos elementos.
Exemplo
Em uma delegação feminina de atletas, uma ser sorteada ao acaso e ser mulher. Como a probabilidade é de 100%, o evento é certo.
Evento impossível
O conjunto do evento é vazio.
Exemplo
Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas.
O evento "tirar um número maior que 30" é impossível, visto que o maior número na caixa é 20.
Evento complementar
Os conjuntos de dois eventos formam todo o espaço amostral, sendo um evento complementar ao outro.
Exemplo
No experimento lançar uma moeda, o espaço amostral é Ω = {cara, coroa}.
Seja o evento A sair cara, A={cara}, o evento B sair coroa é complementar ao evento A, pois, B={coroa}. Juntos formam o próprio espaço amostral.
Evento mutuamente exclusivo
Os conjuntos dos eventos não possuem elementos em comum. A intersecção entre os dois conjuntos é vazia.
Exemplo
Seja o experimento lançar um dado, os seguintes eventos são mutuamente exclusivos
A: ocorrer um número menor que 5, A={1, 2, 3, 4}
B: ocorrer um número maior que 5, A={6}
Leia também:
- Triângulo de Pascal
- Números Complexos
- Matemática no Enem
- Estatística
- Binômio de Newton
- Fórmulas de Matemática
Vídeo sobre Probabilidade
Exercícios de probabilidade resolvidos
Exercício 1
(PUC/RJ - 2013) Se a = 2n + 1 com n ∈ {1, 2, 3, 4}, então a probabilidade de o número a ser par é
a) 1
b) 0,2
c) 0,5
d) 0,8
e) 0
Exercício 2
(UPE - 2013) Em uma turma de um curso de espanhol, três pessoas pretendem fazer intercâmbio no Chile, e sete na Espanha. Dentre essas dez pessoas, foram escolhidas duas para a entrevista que sorteará bolsas de estudo no exterior. A probabilidade de essas duas pessoas escolhidas pertencerem ao grupo das que pretendem fazer intercâmbio no Chile é
Mais exercícios sobre probabilidade:
Probabilidade Condicional
A probabilidade condicional relaciona as probabilidades entre eventos de um espaço amostral equiprovável. Nestas circunstâncias, a ocorrência do evento A, depende ou, está condicionada a ocorrência do evento B.
A probabilidade do evento A dado o evento B é definida por:
Onde o evento B não pode ser vazio.
Exemplo de caso de probabilidade condicional
Em um encontro de colaboradores de uma empresa que atua na França e no Brasil, um sorteio será realizado e um dos colaboradores receberá um prêmio. Há apenas colaboradores franceses e brasileiros, homens e mulheres.
Como evento de probabilidade condicional, podemos associar a probabilidade de sortear uma mulher (evento A) dado que seja francesa (evento B).
Neste caso, queremos saber a probabilidade de ocorrer A (ser mulher), apenas se for francesa (evento B).
Saiba mais sobre probabilidade condicional.
ASTH, Rafael. Probabilidade. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/probabilidade/. Acesso em: